Reforçar para transformar
Cerca de 400 delegados participaram, no domingo, na 9.ª Assembleia de Organização Concelhia de Almada, na mítica SFUAP, onde se realizou o primeiro comício do PCP em Liberdade.
A brutal ofensiva da direita e a resposta dos comunistas dominou os trabalhos, com um conjunto de intervenções a apontar caminhos para o cumprimento daquele que é, a curto prazo, o grande objectivo do PCP: pôr fim ao Governo e à sua política.
No documento da assembleia, aprovado por unanimidade, destacam-se as prioridades para os próximos anos: o reforço orgânico, de direcção e intervenção do Partido; a intervenção dos comunistas junto dos trabalhadores e das suas estruturas; o reforço eleitoral do PCP e da CDU; o Poder Local Democrático; e a juventude.
Quanto aos dois primeiros objectivos, a resolução destaca os passos firmes e decididos que foram dados nos últimos anos, reconhecendo porém serem ainda insuficientes. O aumento da venda e divulgação na rua e junto das empresas da imprensa partidária e a ligação a um conjunto de locais de trabalho onde há muito o Partido não intervinha são sucessos apontados.
Num concelho onde os eleitos comunistas dirigem a quase totalidade das autarquias, o tema do Poder Local é incontornável. Longe de dominar a assembleia, esta foi o espaço indicado para debater os grandes projectos que estão em curso no concelho de Almada, nomeadamente o Programa Polis da Costa da Caparica, o Metropolitano Sul do Tejo e as acessibilidades, mobilidade e transportes. As deliberações postas à votação sobre estas questões foram aprovadas por larguíssima maioria.
Constatada em diversas intervenções foi a renovação e rejuvenescimento dos organismos do Partido desde a 8.ª assembleia, realizada em 2000. «São muitos os jovens que aqui estão, na primeira fila desta tribuna, que eu mal conheço», afirmava um delegado, visivelmente satisfeito. A nova Comissão Concelhia (com 19 por cento de jovens até aos trinta anos e 33 por cento de operários) foi eleita, por larga maioria. Na mesa, estiveram presentes o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, Ilda Figueiredo e Jorge Pires, da Comissão Política.
Carvalhas em Almada:
Pôr fim às privatizações
«Sempre dissemos que a única maneira de defendermos e mantermos o controlo de importantes empresas e de importantes centros produtivos era pôr fim às privatizações», afirmou Carlos Carvalhas perante os cerca de 400 delegados à 9.ª AOCA.
O secretário-geral do PCP reafirmou que a solução para manter os «centros de decisão nacionais» não era entregar as empresas a capitalistas portugueses». Ironizando com a pretensa preocupação destes com a perda dos tais centros de decisão – patente na entrega ao Presidente da República do «Manifesto dos 40» –, o dirigente do PCP lembrou estes «patriotas, muitos dos quais com a pátria na carteira, têm sido os primeiros a vender as suas empresas». E lembrou a venda recente pelos Mellos da Soponata a uma empresa americana, seguindo os passos da Somague. O Banco Nacional de Crédito Imobiliário, de Américo Amorim, é já espanhol e a Somincor foi vendida a uma empresa canadiana.
Foi assim, lembrou, que «perdemos a metalomecânica pesada, quando nos era afirmado que com as privatizações das empresas este sector iria encontrar mais mercados e fortalecer-se». O mesmo se passa com a construção de material circulante ferroviário, recorda o dirigente comunista, afirmando que desta forma «avançamos a passos largos para nos transformarmos numa região da Península e da Europa, cada vez mais dependentes, mais vulneráveis e com o poder político crescentemente subordinado ao poder económico».
Mais adiante, sobre as eleições para o Parlamento Europeu, o secretário-geral comunista lembrou que o PCP e a CDU defendem uma Europa de paz e cooperação, opondo-se à criação de um «directório de grandes potências». Carvalhas lembrou que «não somos nem como uma dita esquerda de muitas palavras que se diz muito moderna, muito elitista, do tipo “uísque, peanuts e caviar”, nem uma dita esquerda que converge e se confunde com a direita». Pelo contrário, afirma, «somos a esquerda da coerência, que honra os seus compromissos e que diz que os trabalhadores e o povo estão em primeiro».
Carvalhas recordou ainda o agravamento da situação social e a acentuação das desigualdades, que considera factores de agravamento da situação interna. O dirigente comunista afirma que a criminalidade aumentou, e que os governantes – que quando estavam na oposição não resistiam a derivas populistas – «estão caladinhos que nem um rato». Para Carlos Carvalhas, a direita «explorou doentiamente o medo, a violência e a criminalidade e meteu no saco as promessas feitas às populações e forças de segurança».
A brutal ofensiva da direita e a resposta dos comunistas dominou os trabalhos, com um conjunto de intervenções a apontar caminhos para o cumprimento daquele que é, a curto prazo, o grande objectivo do PCP: pôr fim ao Governo e à sua política.
No documento da assembleia, aprovado por unanimidade, destacam-se as prioridades para os próximos anos: o reforço orgânico, de direcção e intervenção do Partido; a intervenção dos comunistas junto dos trabalhadores e das suas estruturas; o reforço eleitoral do PCP e da CDU; o Poder Local Democrático; e a juventude.
Quanto aos dois primeiros objectivos, a resolução destaca os passos firmes e decididos que foram dados nos últimos anos, reconhecendo porém serem ainda insuficientes. O aumento da venda e divulgação na rua e junto das empresas da imprensa partidária e a ligação a um conjunto de locais de trabalho onde há muito o Partido não intervinha são sucessos apontados.
Num concelho onde os eleitos comunistas dirigem a quase totalidade das autarquias, o tema do Poder Local é incontornável. Longe de dominar a assembleia, esta foi o espaço indicado para debater os grandes projectos que estão em curso no concelho de Almada, nomeadamente o Programa Polis da Costa da Caparica, o Metropolitano Sul do Tejo e as acessibilidades, mobilidade e transportes. As deliberações postas à votação sobre estas questões foram aprovadas por larguíssima maioria.
Constatada em diversas intervenções foi a renovação e rejuvenescimento dos organismos do Partido desde a 8.ª assembleia, realizada em 2000. «São muitos os jovens que aqui estão, na primeira fila desta tribuna, que eu mal conheço», afirmava um delegado, visivelmente satisfeito. A nova Comissão Concelhia (com 19 por cento de jovens até aos trinta anos e 33 por cento de operários) foi eleita, por larga maioria. Na mesa, estiveram presentes o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, Ilda Figueiredo e Jorge Pires, da Comissão Política.
Carvalhas em Almada:
Pôr fim às privatizações
«Sempre dissemos que a única maneira de defendermos e mantermos o controlo de importantes empresas e de importantes centros produtivos era pôr fim às privatizações», afirmou Carlos Carvalhas perante os cerca de 400 delegados à 9.ª AOCA.
O secretário-geral do PCP reafirmou que a solução para manter os «centros de decisão nacionais» não era entregar as empresas a capitalistas portugueses». Ironizando com a pretensa preocupação destes com a perda dos tais centros de decisão – patente na entrega ao Presidente da República do «Manifesto dos 40» –, o dirigente do PCP lembrou estes «patriotas, muitos dos quais com a pátria na carteira, têm sido os primeiros a vender as suas empresas». E lembrou a venda recente pelos Mellos da Soponata a uma empresa americana, seguindo os passos da Somague. O Banco Nacional de Crédito Imobiliário, de Américo Amorim, é já espanhol e a Somincor foi vendida a uma empresa canadiana.
Foi assim, lembrou, que «perdemos a metalomecânica pesada, quando nos era afirmado que com as privatizações das empresas este sector iria encontrar mais mercados e fortalecer-se». O mesmo se passa com a construção de material circulante ferroviário, recorda o dirigente comunista, afirmando que desta forma «avançamos a passos largos para nos transformarmos numa região da Península e da Europa, cada vez mais dependentes, mais vulneráveis e com o poder político crescentemente subordinado ao poder económico».
Mais adiante, sobre as eleições para o Parlamento Europeu, o secretário-geral comunista lembrou que o PCP e a CDU defendem uma Europa de paz e cooperação, opondo-se à criação de um «directório de grandes potências». Carvalhas lembrou que «não somos nem como uma dita esquerda de muitas palavras que se diz muito moderna, muito elitista, do tipo “uísque, peanuts e caviar”, nem uma dita esquerda que converge e se confunde com a direita». Pelo contrário, afirma, «somos a esquerda da coerência, que honra os seus compromissos e que diz que os trabalhadores e o povo estão em primeiro».
Carvalhas recordou ainda o agravamento da situação social e a acentuação das desigualdades, que considera factores de agravamento da situação interna. O dirigente comunista afirma que a criminalidade aumentou, e que os governantes – que quando estavam na oposição não resistiam a derivas populistas – «estão caladinhos que nem um rato». Para Carlos Carvalhas, a direita «explorou doentiamente o medo, a violência e a criminalidade e meteu no saco as promessas feitas às populações e forças de segurança».