EUA vetam condenação de Israel
Os EUA vetaram, na passada quinta-feira, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando Israel pelo assassinato do líder do Hamas, Ahmed Yassin, a 22 de Março. A proposta, apresentada por países árabes, contou com 11 votos a favor e três abstenções (Grã-Bretanha, Alemanha e Roménia), mas foi inviabilizada pelo veto norte-americano, como sempre sucede quando está em causa a condenação de Israel.
A França, que apoiou a resolução, lamentou através do seu embaixador na ONU, Jean-Marc de la Sabliere, que não se tenha chegado a um consenso sobre o texto e que o Conselho de Segurança tenha ficado mais uma vez paralisado sobre esta questão central para a paz e a segurança internacionais.
Por seu turno, o embaixador argelino, Abdalá Baali, sublinhou o óbvio ao afirmar que o Conselho de Segurança está «condenado ao fracasso» quando se trata de abordar a crise no Médio Oriente.
Já na Comissão de Direitos Humanos da ONU, onde não há direito de veto, os EUA não conseguiram evitar a condenação de Israel. Um projecto de resolução patrocinado pelo Paquistão, em nome dos membros da Organização da Conferência Islâmica, pelo Zimbabwe e por Cuba serviu de base ao debate. O documento foi aprovado por 31 votos a favor, 18 abstenções e dois votos contra (EUA e Austrália).
EUA isolados
A condenação generalizada do regime sionista de Ariel Sharon e as preocupações com as crescentes dificuldades levantadas ao processo de paz no Médio Oriente deixaram isolado o embaixador norte-americano, que tentou legitimar o terrorismo de Estado de Israel com o «direito à segurança». Uma tese que não convenceu nem os tradicionais aliados de Washington, como ficou patente na intervenção do delegado da Arábia Saudita, que questionou a presença de Israel em debates sobre os direitos humanos quando pauta a sua atitude pela agressividade e belicismo.
Cuba, por seu lado, lembrou que Israel tenta calar a voz do povo palestiniano e os seus dirigentes, que aniquila de forma criminosa, violando a Quarta Convenção de Genebra, em particular os artigos 27 e 32.
«Toda esta máquina de morte foi desenvolvida e aperfeiçoada ao longo dos anos graças ao apoio militar, tecnológico e financeira dos EUA, que anualmente concede mais de três mil milhões de dólares em ajuda directa ao seu aliado incondicional», lembrou o delegado cubano.
O assassinato de Ahmed Yassin foi igualmente condenado pelo Vaticano, que através do seu porta-voz, Joaquín Navarro Valls, qualificou de «inadmissível em qualquer Estado de Direito» um semelhante «acto de violência».
«A paz autêntica e duradoura não pode ser fruto de uma mera exibição de força», disse Navarro, que lembrou as palavras de João Paulo II ao corpo diplomático, em Janeiro último, quando sublinhou que «a escolha das armas, o recurso de uma parte ao terrorismo e da outra parte às represálias, à humilhação do adversário e à propaganda com desprezo, não levam a lado nenhum». O Papa afirmou então que «apenas o respeito pelas legítimas aspirações de ambas as partes, o regresso à mesa das negociações e o empenho efectivo da comunidade internacional podem levar ao início de uma solução» para o Médio Oriente.
A França, que apoiou a resolução, lamentou através do seu embaixador na ONU, Jean-Marc de la Sabliere, que não se tenha chegado a um consenso sobre o texto e que o Conselho de Segurança tenha ficado mais uma vez paralisado sobre esta questão central para a paz e a segurança internacionais.
Por seu turno, o embaixador argelino, Abdalá Baali, sublinhou o óbvio ao afirmar que o Conselho de Segurança está «condenado ao fracasso» quando se trata de abordar a crise no Médio Oriente.
Já na Comissão de Direitos Humanos da ONU, onde não há direito de veto, os EUA não conseguiram evitar a condenação de Israel. Um projecto de resolução patrocinado pelo Paquistão, em nome dos membros da Organização da Conferência Islâmica, pelo Zimbabwe e por Cuba serviu de base ao debate. O documento foi aprovado por 31 votos a favor, 18 abstenções e dois votos contra (EUA e Austrália).
EUA isolados
A condenação generalizada do regime sionista de Ariel Sharon e as preocupações com as crescentes dificuldades levantadas ao processo de paz no Médio Oriente deixaram isolado o embaixador norte-americano, que tentou legitimar o terrorismo de Estado de Israel com o «direito à segurança». Uma tese que não convenceu nem os tradicionais aliados de Washington, como ficou patente na intervenção do delegado da Arábia Saudita, que questionou a presença de Israel em debates sobre os direitos humanos quando pauta a sua atitude pela agressividade e belicismo.
Cuba, por seu lado, lembrou que Israel tenta calar a voz do povo palestiniano e os seus dirigentes, que aniquila de forma criminosa, violando a Quarta Convenção de Genebra, em particular os artigos 27 e 32.
«Toda esta máquina de morte foi desenvolvida e aperfeiçoada ao longo dos anos graças ao apoio militar, tecnológico e financeira dos EUA, que anualmente concede mais de três mil milhões de dólares em ajuda directa ao seu aliado incondicional», lembrou o delegado cubano.
O assassinato de Ahmed Yassin foi igualmente condenado pelo Vaticano, que através do seu porta-voz, Joaquín Navarro Valls, qualificou de «inadmissível em qualquer Estado de Direito» um semelhante «acto de violência».
«A paz autêntica e duradoura não pode ser fruto de uma mera exibição de força», disse Navarro, que lembrou as palavras de João Paulo II ao corpo diplomático, em Janeiro último, quando sublinhou que «a escolha das armas, o recurso de uma parte ao terrorismo e da outra parte às represálias, à humilhação do adversário e à propaganda com desprezo, não levam a lado nenhum». O Papa afirmou então que «apenas o respeito pelas legítimas aspirações de ambas as partes, o regresso à mesa das negociações e o empenho efectivo da comunidade internacional podem levar ao início de uma solução» para o Médio Oriente.