Soldado americano em tribunal especial
O soldado norte-americano Camilo Mejía, de 28 anos, filho do cantor nicaraguense Carlos Mejía Godoy, vai ser julgado como desertor em tribunal marcial especial, por se recusar a regressar ao Iraque.
A decisão, divulgada sábado por fontes militares citadas pela agência EFE, é da responsabilidade do general William Webster, autoridade máxima da base militar de Fort Stewart (Geórgia). Caso Mejía fosse julgado por um tribunal militar comum, poderia vir a ser condenado a cinco anos de prisão e à expulsão do Exército; neste tribunal especial, o soldado desertor incorre numa pena máxima de um ano e abandono forçado das forças armadas por mau comportamento.
Camilo Mejía saiu do Iraque em Outubro passado, para duas semanas de férias, mas no final desse período recusou voltar à sua unidade, o primeiro batalhão do 124º regimento de Infantaria, alegando que preferia ser preso a continuar numa guerra «injusta» e «motivada pelo petróleo».
«Ninguém se alista nas Forças Armadas para lutar pelo dinheiro ou pelo petróleo. Não acho que no Iraque estejamos a combater para encontrar armas de destruição maciça ou por causa das ligações entre Saddam Hussein e o terrorismo», afirmou Mejía ao entregar-se.
De acordo com Louis Font, o advogado de Mejía, o caso não deve ser tratado como um delito, dado que o militar se entregou voluntariamente às autoridades militares e pediu para ser declarado como objector de consciência. «Se vão apresentar acusações contra ele, deveriam acusá-lo de ter se ausentado sem permissão, não de deserção. E mesmo nesse caso, do nosso ponto de vista, ele não cometeu um delito», disse o advogado.
A lei militar norte-americana classifica como desertor o soldado que abandona o seu posto sem intenção de voltar ou para «evitar tarefas perigosas ou missões importantes», sendo que tal delito pode levar, em tempo de guerra, até à pena de morte. O caso não se aplica a Mejía, pois Bush nunca declarou formalmente guerra ao Iraque.
Suicídios aumentam e apoio a Bush cai
Entretanto, segundo a Prensa Latina, a taxa de suicídios entre os soldados norte-americanos no Iraque ultrapassa já largamente a média registada em todo o exército. Segundo o Exército, já se registaram pelo menos 24 casos de suicídio, mas este número pode aumentar pois as causas de algumas mortes estão ainda por esclarecer. Neste número não estão incluídos os soldados que se suicidaram após o seu regresso aos EUA.
Várias equipas de especialistas em casos de stress estão no terreno a estudar as tendências suicidas dos soldados e a visitar as unidades mais afectadas por ataques da resistência iraquiana.
Enquanto isso, nos EUA, o apoio a Bush na guerra ao terrorismo caiu de 65 para 57 por cento após as denúncias do ex-assessor da Casa Branca, Richard Clarke, revelou uma pesquisa divulgada domingo pela Newsweek.
Clarke afirmou à comissão nacional que investiga os atentados de 11 de Setembro de 2001 que o presidente esteve mais empenhado em invadir o Iraque do que em combater a ameaça da rede terrorista Al’Qaeda.
Segundo a Newsweek, apesar das críticas 45% dos entrevistados apoiam a reeleição de Bush, contra 50% que dizem o contrário. Se as eleições presidenciais se realizassem agora, o candidato democrata John Kerry derrotaria Bush por 48% a 47%.
A sondagem, efectuada entre 25 e 26 de Março, ouviu 1002 adultos e tem margem de erro de 3 por cento.
A decisão, divulgada sábado por fontes militares citadas pela agência EFE, é da responsabilidade do general William Webster, autoridade máxima da base militar de Fort Stewart (Geórgia). Caso Mejía fosse julgado por um tribunal militar comum, poderia vir a ser condenado a cinco anos de prisão e à expulsão do Exército; neste tribunal especial, o soldado desertor incorre numa pena máxima de um ano e abandono forçado das forças armadas por mau comportamento.
Camilo Mejía saiu do Iraque em Outubro passado, para duas semanas de férias, mas no final desse período recusou voltar à sua unidade, o primeiro batalhão do 124º regimento de Infantaria, alegando que preferia ser preso a continuar numa guerra «injusta» e «motivada pelo petróleo».
«Ninguém se alista nas Forças Armadas para lutar pelo dinheiro ou pelo petróleo. Não acho que no Iraque estejamos a combater para encontrar armas de destruição maciça ou por causa das ligações entre Saddam Hussein e o terrorismo», afirmou Mejía ao entregar-se.
De acordo com Louis Font, o advogado de Mejía, o caso não deve ser tratado como um delito, dado que o militar se entregou voluntariamente às autoridades militares e pediu para ser declarado como objector de consciência. «Se vão apresentar acusações contra ele, deveriam acusá-lo de ter se ausentado sem permissão, não de deserção. E mesmo nesse caso, do nosso ponto de vista, ele não cometeu um delito», disse o advogado.
A lei militar norte-americana classifica como desertor o soldado que abandona o seu posto sem intenção de voltar ou para «evitar tarefas perigosas ou missões importantes», sendo que tal delito pode levar, em tempo de guerra, até à pena de morte. O caso não se aplica a Mejía, pois Bush nunca declarou formalmente guerra ao Iraque.
Suicídios aumentam e apoio a Bush cai
Entretanto, segundo a Prensa Latina, a taxa de suicídios entre os soldados norte-americanos no Iraque ultrapassa já largamente a média registada em todo o exército. Segundo o Exército, já se registaram pelo menos 24 casos de suicídio, mas este número pode aumentar pois as causas de algumas mortes estão ainda por esclarecer. Neste número não estão incluídos os soldados que se suicidaram após o seu regresso aos EUA.
Várias equipas de especialistas em casos de stress estão no terreno a estudar as tendências suicidas dos soldados e a visitar as unidades mais afectadas por ataques da resistência iraquiana.
Enquanto isso, nos EUA, o apoio a Bush na guerra ao terrorismo caiu de 65 para 57 por cento após as denúncias do ex-assessor da Casa Branca, Richard Clarke, revelou uma pesquisa divulgada domingo pela Newsweek.
Clarke afirmou à comissão nacional que investiga os atentados de 11 de Setembro de 2001 que o presidente esteve mais empenhado em invadir o Iraque do que em combater a ameaça da rede terrorista Al’Qaeda.
Segundo a Newsweek, apesar das críticas 45% dos entrevistados apoiam a reeleição de Bush, contra 50% que dizem o contrário. Se as eleições presidenciais se realizassem agora, o candidato democrata John Kerry derrotaria Bush por 48% a 47%.
A sondagem, efectuada entre 25 e 26 de Março, ouviu 1002 adultos e tem margem de erro de 3 por cento.