Lisboa

Derrotas da direita na CML

A maioria de direita na CML e o seu líder máximo, Santana Lopes, atravessam um período de vacas magras. Embora não pareça, porque a comunicação social o esconde, as suas derrotas não são poucas nos últimos tempos. E mais se anunciam. O tempo e os Tribunais dirão.
Ainda por cima, queria ser recebido pelo Papa no dia do lançamento do livro de Cavaco, para ser notícia prioritária, meteu as cunhas todas e a coisa correu-lhe mal. Como se não bastasse, os elogios dos amigos parecem punhaladas e caem mal nas hostes cavaquistas. Há elogios que matam…
Santana Lopes tem fama de ter mau feitio. Quando a coisa lhe não agrada, deixa estalar o verniz e torna-se agressivo. E no PSD bem o sabem. Conhecem-lhe essa faceta e as consequências (que julgam perigosas) desses momentos. E nem sequer o escondem, antes se servem disso como arma de arremesso. As presidenciais e as suas indisfarçadas ambições são um palco privilegiado desse arremesso. Luís Delgado (LD), indefectível «santanista», escarrapachou, clarinho, que Santana Lopes é perigoso e que tenham cuidado com ele… Foi no «Diário de Notícias» do passado dia 18 de Fevereiro. LD escrevia, preto no branco, que é bom que os adversários de Santana Lopes dentro do PSD não esqueçam que «na posição em que está, PSL pode ser muito mais demolidor para o Governo e a maioria do que dois Cavacos juntos e três Marcelos dominicais».
Manuel Frexes, outro santanista por obrigação (a mulher foi recrutada por Santana Lopes para a CML, em requisição ao IPDT), escreveu recentemente no Público que Santana tem o perfil para a Presidência por ser frontal e claro nas suas intenções, ao contrário de outros (alusão a Cavaco).

Túnel

No que se refere ao Túnel, são muitas as «pegas» entre a maioria de direita na CML e a legalidade. Num certo momento, o desespero foi tal que mandaram Carmona Rodrigues para a frente. Assim, foi o próprio ministro das Obras Públicas que veio a público em defesa da obra. Santana não sabia justificar-se? O que fica para a história é que passaram, um ao outro, um atestado de menoridade, sem conseguirem justificar os erros cometidos.

Segurança pessoal

O episódio indecoroso da cunha para ter segurança pessoal tornou Santana Lopes numa espécie de alvo de chacota geral. Personalidades do seu próprio partido vieram a terreiro dar o seu remoque a tão canhestra actuação. Consta mesmo que as autoridades do sector estão a reavaliar a situação. A presunção e água benta foram de mais.

Parque Mayer

O processo voltou à estaca zero. Agora, já não há acordo empresarial. A CML poderá vir a expropriar o Parque. Os princípios defendidos pelo PCP foram aprovados na essência. A EPUL poderá vir a elaborar um plano para o local. Haverá consulta pública sobre a matéria. O PCP diz desde o primeiro dia que é preciso plano. Mas Santana Lopes perdeu dois anos.

Reabilitações de fachada

Atrás de muitos dos panos e telas que dizem «Aqui vamos restaurar», não há mesmo nada. Na Rua de São Bento, a recuperação foi só de fachada. Lá atrás as montureiras são tão perigosas que os moradores reclamam. Nos interiores, tudo está degradado. Não são recuperações de habitação: são acções de propaganda e «marketing» para televisão ver… por fora.

Casino

Sobre a instalação de um casino na área da Administração do Porto de Lisboa, o respectivo presidente, Damião de Castro, disse apenas: «A Administração do Porto de Lisboa ainda não tem uma decisão sobre o Casino». Santana ficou fulo, dizem.

Vila Ferro

À frente da CML, com a qual perde o menos tempo possível, Santana Lopes tem o condão de levantar contra si populações inteiras. O caso da Vila Ferro, no Bairro da Liberdade, é sintomático. Da ameaça à manipulação, Santana e os seus colaboradores já se serviram de tudo, mas sem resultado: as populações conhecem os seus direitos e parecem estar cada vez mais firmes na sua luta.

Monsanto

No processo de Monsanto, para onde quer transferir a Feira Popular, o Hipódromo, e sabe-se lá mais o quê, Santana Lopes mobiliza contra este seu projecto grande número de associações e o perigo que ameaça Monsanto até tem o efeito positivo de levar à criação de outras associações e à sua unidade na acção, sempre em defesa do Parque Florestal.

PDM

No processo das alterações simplificadas ao Plano Director Municipal, a maioria que governa a CML sofreu pesada derrota: a DGOTDU, Direcção-Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbanístico, comunicou oficialmente e de forma a não poder ser escondida da oposição essa informação, que cinco dos principais artigos (todos postos em causa antes pelo voto contrário do PCP) não podiam ser enquadrados como alterações simplificadas mas sim como objecto de necessária revisão do Plano Director Municipal.
Nova derrota para Santana Lopes.


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