Sobre a situação social de Viana do Castelo

Atrofia social

Passados dois anos após as últimas eleições autárquicas, a CDU de Viana do Castelo denunciou os principais problemas que assolam o concelho.

O desemprego atinge 3729 trabalhadores em Viana do Castelo

«Começa a ser altura de se fazer alguns balanços, servindo os mesmos para se reflectir sobre o que se prometeu, o que se fez, e o que ainda falta fazer, corrigindo, se for o caso, orientações, comportamentos e atitudes, para que no final possamos ter a consciência tranquila que quase tudo fizemos em prol daquilo que considerava-mos o melhor para os vianenses», afirmou, em Assembleia Municipal, Carlos Freitas Lourenço, eleito pelo PCP.
Falando sobre a situação social no concelho, Carlos Lourenço, na sua intervenção, não pode deixar de denunciar os números do desemprego naquela região. «No início do mandato, do actual Governo, o desemprego cifrava-se em cerca de 3067 trabalhadores. Hoje, isto é, em Janeiro de 2004, o desemprego atinge 3729 trabalhadores, sendo 1508 homens e 2472 mulheres, ou seja, em dois anos temos mais 662 desempregados o que dá uma percentagem de mais de 21 por cento», informou, sublinhando que este drama «é mais grave do que mostram os números do Instituto do Desemprego».
No seu discurso, o eleito do PCP deu ainda exemplos concretos de fábricas que fecharam ou despediram trabalhadores nos últimos tempos, nomeadamente a LINNEMAMM (sector metalúrgico), a Cerâmica Rosa, a têxtil Daura Confecções, a têxtil DECANT-CONFEX, a VALEO (componentes eléctricos), a Neivatex, a MEPHISTO (fábrica de calçado), a Jerónio Campos Pereira (cerâmica), a Portucel Viana e a E.N.V.C.
Carlos Lourenço referiu ainda duas empresas com dificuldades, empresas com tradição e genuinamente vianenses que são a fábrica de Louça de Viana e a fábrica de Chocolates A Vianense.
«Pensamos que em relação a estas duas empresas o Executivo camarário deveria mesmo fazer qualquer coisa para as ajudar a ultrapassar as suas crises que de facto já se vêm arrastando há bastante tempo, mas tratando-se de duas empresas que fabricam produtos que prestigiam a nossa terra deveriam merecer uma atenção especial», referiu, sublinhando que «a situação social no concelho melhora-se combatendo a actual política do Governo».

Avisos esquecidos

A comunicação social, radio e televisões, deu, recentemente, grande destaque ao rompimento de um cabo de sustentação da centenária Ponte Eifel, à passagem de um comboio de mercadorias.
Entretanto, após a queda da Ponte de Entre-os-Rios, a CDU alertou, em primeira mão, para a necessidade e urgência na realização de exames ao estado de conservação e segurança da ponte.
«Foi apresentada uma moção em que se exigiam averiguações cientificas sobre as consequências das dragagens na hidrografia do rio e um exame imediato de toda a estrutura de apoio da ponte, especialmente da base de sustentação dos pilares, permitindo-se apenas as dragagens indispensáveis para o acesso dos barcos ao porto de mar», lembrou Joaquim Rocha Neves, eleito pelo PCP. Recorde-se que este documento foi rejeitado, na altura, por maioria, pelo PS e por alguns presidentes de junta do concelho.
Hoje, a população de Viana do Castelo ainda não conhece os resultados definitivos das sondagens. «Vemos, finalmente, o presidente da Câmara preocupado e concerteza a tomar consciência de que a questão é mais séria e mais grave do que aquela que, anteriormente transmitiu para a população em geral, dizendo agora nos jornais que a ponte não está em bom estado e que não tem tido o acompanhamento devido», continuam os comunistas.
Face ao desconhecimento da versão oficial sobre estes assuntos, a CDU apresentou um pedido de esclarecimento à mesa da Assembleia Municipal de Viana do Castelo, exigindo resposta e solução para as questões levantadas por eles, nomeadamente, «Qual o verdadeiro estado de conservação e segurança da ponte?», «Quais as obras que estão previstas executar», «Quando vão ser iniciadas?» e «Quanto tempo vão durar?».


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