Parmalat

Escândalo envolve políticos

A justiça italiana está a investigar o paradeiro da fortuna pessoal do fundador da Parmalat, Calisto Tanzi, por considerar que esta poderá estar na origem do colapso financeiro da empresa. Segundo a edição de segunda-feira, do Corrieri della Sera, «os buracos na caixa [da Parmalat] são largamente superiores aos prejuízos das empresas do grupo», afirmou um magistrado ao jornal italiano, sugerindo que os 14 mil milhões de euros que faltam nas contas do grupo, e que poderiam ter suprido parte das perdas das suas subsidiárias, foram utilizados por Tanzi para aumentar a sua fortuna.
A suspeita de desvio de fundos para fins de «enriquecimento pessoal» é «reforçada pelo facto de que, quanto mais se aproximava o desastre [financeiro], mais o dinheiro desaparecia», salientou a mesma fonte, aludindo também a uma «gestão desastrosa» da Parmalat.
O maior grupo agro-alimentar de Itália decretou falência no final de Dezembro do ano passado, depois de ter sido detectado nas suas contas um buraco financeiro que, inicialmente estimado em sete mil milhões de euros.
O governo de Silvio Berlusconi preparava-se para aprovar, na terça-feira, dia 3, em conselho de ministros, a reforma da lei de fraudes financeiras, que prevê, entre outras medidas, um endurecimento das penas que poderão ir até 25 anos.
Entretanto, o Calisto Tanzi terá entregue aos juízes uma lista com 30 nomes de políticos, vivos e mortos, no activo e retiradas, que durante os últimos 20 anos receberam somas em dinheiro da Parmalat. Entre os nomes revelados, constam o do ex-primeiro-ministro italiano e ex-secretário da já extinta Democracia Cristã, Cristiano De Mita, actualmente com 75 anos e de Francesco Cossiga, ex-presidente da República.


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