PCP pede programa comunitário

A ruína do têxtil

A supressão dos contingentes de importação em 1 de Janeiro de 2005, colocará o sector têxtil europeu numa situação de grande vulnerabilidade.

Resolução do PE inclui propostas de Ilda Figueredo

Numa resolução aprovada na passada semana, dia 29, o Parlamento Europeu exprimia a sua preocupação face ao futuro do sector têxtil, face à supressão total das quotas de importação que entrará em vigor já a partir de Janeiro do próximo ano.
O documento tornou-se, entretanto, mais concreto com a aprovação de três das oito propostas de alteração apresentadas pela deputada do PCP, Ilda Figueiredo. Na primeira, enfatiza-se o facto de o sector representar actualmente na UE mais de 177 mil empresas, sendo responsável, após o alargamento, por mais de 2,7 milhões de postos de trabalho.
Tendo lembrado que, só entre 1990 e 2001, foram extintos cerca de 850 mil empregos, afectando sobretudo mulheres, a resolução sublinha (segunda alteração) «as potencialidades de futuro» e a importância estratégica do sector para a UE, «para a promoção da coesão económica, social e territorial».
A terceira alteração apresentada por Ilda Figueiredo solicita à Comissão que defina um programa comunitário para este sector, particularmente para as regiões mais desfavorecidas, não apenas nos domínios acima referidos, mas também para incentivar a investigação, inovação, formação profissional e o apoio às PMEs na criação de marcas e promoção externa dos seus produtos, nomeadamente nas feiras internacionais.
Em duas intervenções, a deputada portuguesa chamou a atenção para os problemas que está a criar a deslocalização de empresas multinacionais, referindo o exemplo da Brax Portuguesa, de capitais alemães, «que ameaça encerrar a sua fábrica no município onde resido, Vila Nova de Gaia, e enviar para o desemprego 450 trabalhadores, na sua maioria mulheres».
Quanto às restantes propostas, a deputada lamentou que não tenham sido contempladas, nomeadamente «a necessidade de haver um verdadeiro plano de acção, que seja concreto, coeso e explícito quanto aos instrumentos, meios financeiros e ao calendário; ou a necessidade de defender uma óptica de fileira produtiva; ou ainda a necessidade de ter uma abordagem sectorial nas negociações da OMC, de forma a que o sector não seja moeda de troca»,
Ilda Figueiredo deplorou ainda que «a lógica de liberalização não seja posta em causa», alertando para os «riscos de deslocalização. É necessário fazer uma avaliação séria do impacto da liberalização total do sector, nomeadamente com o fim do Acordo Têxtil e do Vestuário e a entrada da China na OMC».


Mais artigos de: Europa

Crimes impunes

Portugal é um dos países em que o tráfico e exploração sexual de crianças continua a fazer-se na maior das impunidades. A denúncia foi feita na passada semana em Bruxelas.

Serviços públicos em saldo

Com a aprovação de dois relatórios sobre a adjudicação de contratos públicos, o Parlamento Europeu deu o seu assentimento à abertura e concretização de um mercado interno europeu neste sector.Apesar de se terem levantado algumas dúvidas, a esmagadora maioria dos eurodeputados concordou com o facto de a adjudicação se...

Aprovado céu único

A criação do chamado céu único europeu foi aprovada na passada semana pelos eurodeputados, no final de um processo de co-decisão, entre o Parlamento e o Conselho. Até 31 de Dezembro deste ano, deverá ser constituído progressivamente um sistema de controlo aéreo único na UE.Segundo Ilda Figueiredo, a proposta acordada...

Escândalo envolve políticos

A justiça italiana está a investigar o paradeiro da fortuna pessoal do fundador da Parmalat, Calisto Tanzi, por considerar que esta poderá estar na origem do colapso financeiro da empresa. Segundo a edição de segunda-feira, do Corrieri della Sera, «os buracos na caixa [da Parmalat] são largamente superiores aos...

Estratégia de Lisboa na balança

Sob os auspícios da presidência portuguesa da União Europeia, no ano 2000, realizou-se uma reunião extraordinária do Conselho Europeu com o objectivo anunciado de «reforçar o emprego, a reforma económica e a coesão social no âmbito de uma economia baseada no conhecimento». Aquela que ficaria conhecida como a Estratégia...

Sérgio Ribeiro no Parlamento Europeu

Sérgio Ribeiro substitui, no Parlamento Europeu, Joaquim Miranda, que renunciou ao seu mandato de deputado por razões de saúde – informou dia 30 o Gabinete de Imprensa do PCP, lembrando que Sérgio Ribeiro, economista e membro do Comité Central do PCP, exerceu a função de eurodeputado pelo PCP entre 1990 e 1999.