Questões em aberto
Em política parece estar agora na moda falar de «questões em aberto». Seja para onde for que nos viremos lá estão elas, as questões, num estado em que nem sim, nem sopas, que é como quem diz a empatar o pagode ou, para usar outra expressão popular, nem o pai morre nem a gente almoça.
Poder-se-ia pensar que este peculiar estado de coisas é uma característica intrínseca da vida nacional, tão useiros e vezeiros somos em deixar tudo em águas de bacalhau, desde julgamentos mediáticos que fazem que andam mas não andam, até à crise que passa mas fica, sem esquecer as promessas que antes de ser já eram... para esquecer. Mas não. A moda das questões em aberto é generalizada, e até já os ingleses e americanos lhe tomaram o jeito. Veja-se, por exemplo, o circunspecto primeiro-ministro britânico. Tony Blair abandonou nos últimos dias as certezas absolutas que dizia ter sobre as provas que garantia ter visto da existência, para além de qualquer dúvida, de armas de destruição maciça no Iraque. Blair limita-se agora a afirmar que «na altura» acreditava no documento dito probatório, mas ressalva que seria «absurdo dizer que um relatório é infalível». Bem visto, embora não se perceba como é que então Blair fundamentou a sua entusiástica adesão à agressão e invasão no Iraque, à revelia da ONU, num relatório falível.
O mesmo se pode dizer dos governantes norte-americanos. Mal anunciaram a «questão em aberto» das armas por descobrir no Iraque, os EUA viraram as suas atenções para os novos países de Leste, onde querem instalar bases militares, clamando contra as bases russas aí existentes. Incoerência? Qual quê!? Outra questão em aberto.
Em Israel avolumam-se as preocupações com o alegado incremento do anti-semitismo na Europa, que seria fruto, segundo especialistas, do esquecimento pelas novas gerações dos crimes cometidos pelos nazis contra os judeus. Da explicação não constam os crimes dos israelitas contra os palestinianos. Isso é outra questão, claro.
Voltando de novo a território nacional, estamos em crer que a questão de momento é a campanha do PS em torno de Santana Lopes, tão empenhada que inundou a capital com cartazes do presidente da Câmara. Já se sabia que Manuel Maria Carrilho não era propriamente o candidato a Lisboa sonhado pelo Largo do Rato, mas será que isso justifica tamanha propaganda ao putativo candidato do PSD a Belém? Ora aqui está outra questão, tão aberta, tão aberta, que cabem lá todas as explicações.
Poder-se-ia pensar que este peculiar estado de coisas é uma característica intrínseca da vida nacional, tão useiros e vezeiros somos em deixar tudo em águas de bacalhau, desde julgamentos mediáticos que fazem que andam mas não andam, até à crise que passa mas fica, sem esquecer as promessas que antes de ser já eram... para esquecer. Mas não. A moda das questões em aberto é generalizada, e até já os ingleses e americanos lhe tomaram o jeito. Veja-se, por exemplo, o circunspecto primeiro-ministro britânico. Tony Blair abandonou nos últimos dias as certezas absolutas que dizia ter sobre as provas que garantia ter visto da existência, para além de qualquer dúvida, de armas de destruição maciça no Iraque. Blair limita-se agora a afirmar que «na altura» acreditava no documento dito probatório, mas ressalva que seria «absurdo dizer que um relatório é infalível». Bem visto, embora não se perceba como é que então Blair fundamentou a sua entusiástica adesão à agressão e invasão no Iraque, à revelia da ONU, num relatório falível.
O mesmo se pode dizer dos governantes norte-americanos. Mal anunciaram a «questão em aberto» das armas por descobrir no Iraque, os EUA viraram as suas atenções para os novos países de Leste, onde querem instalar bases militares, clamando contra as bases russas aí existentes. Incoerência? Qual quê!? Outra questão em aberto.
Em Israel avolumam-se as preocupações com o alegado incremento do anti-semitismo na Europa, que seria fruto, segundo especialistas, do esquecimento pelas novas gerações dos crimes cometidos pelos nazis contra os judeus. Da explicação não constam os crimes dos israelitas contra os palestinianos. Isso é outra questão, claro.
Voltando de novo a território nacional, estamos em crer que a questão de momento é a campanha do PS em torno de Santana Lopes, tão empenhada que inundou a capital com cartazes do presidente da Câmara. Já se sabia que Manuel Maria Carrilho não era propriamente o candidato a Lisboa sonhado pelo Largo do Rato, mas será que isso justifica tamanha propaganda ao putativo candidato do PSD a Belém? Ora aqui está outra questão, tão aberta, tão aberta, que cabem lá todas as explicações.