A «arte de matar»
não serão notícias de caixa alta na imprensa domesticada
A informação surge com ar banal, ao fim de 16 parágrafos, numa notícia da Associated Press publicada no The Guardian (2.1.04): «Segundo testemunhas, soldados em Samarra destruíram com explosivos a casa de Talab Saleh, que é acusado de orquestrar ataques contra tropas dos EUA. [As testemunhas] afirmaram que as tropas prenderam a mulher de Saleh e o seu irmão, e disseram que só os libertariam quando Saleh se entregasse. Os militares não fizeram qualquer comentário de momento». Ou seja, as tropas de ocupação no Iraque, não contentes com seguir as práticas fascistas de Israel nos territórios ocupados (destruir à bomba as casas de resistentes palestinianos), dedicam-se também a raptar os familiares daqueles que procuram prender, para usar como reféns. E nem acham que valha a pena desmentir. Estas não serão notícias de caixa alta na imprensa domesticada e de propriedade do grande capital.
O International Herald Tribune (2.1.04) informa que os EUA enviaram «equipas de franco-atiradores» para o Iraque, a que «o exército recorre cada vez mais». «Disparei à cabeça de um gajo e a sua cabeça explodiu» informa orgulhoso o Sargento Randy Davis. O jornal não se fica atrás no seu entusiasmo: «Todos os soldados são treinados para destruir um opositor, mas os franco-atiradores apuraram a arte de matar até um ponto acutilante». Sim, «the art of killing». Esta «política artística» é, sem dúvida, democrático-ocidental e de mercado. E está integrada numa política assim descrita pelo coronel norte-americano Sassman ao New York Times.12.03): «uma forte dose de medo e de violência e muito dinheiro para projectos, penso que conseguiremos convencer esta gente que estamos aqui para os ajudaris.
Os aliados britânicos não parecem querer ficar atrás. Em Bassorá e Amara, as tropas britânicas e seus lacaios massacram manifestantes que pedem empregos e o pagamento de salários em atraso. O jornalista Robert Fisk (pendent on Sunday04) informa que tropas britânicas espancaram oito detidos iraquianos, um deles até à morte. Conta o pai, que o viu no dia da sua detenção, deitado no chão do hotel onde trabalhava como recepcionista: «Disse-lhe, “não te preocupes, falei com o oficial britânico que diz que estarás cá fora daqui a umas horas”. [...]Três dias depois estava a olhar para o seu cadáver». O mesmo jornal (11.1.04) informa de outras nove mortes de civis iraquianos às mãos de tropas britânicas, quatro dos quais na prisão. A ocupação do Iraque está a entrar no cenário clássico da repressão indiscriminada por parte de uma horda invasora, incapaz de derrotar a resistência popular.
Para nos lembrar que a componente sanguinária das «democracias ocidentais de economia de mercado» não é coisa nova, aí está a publicação, após 30 anos de segredo oficial, de documentos do governo britânico sobre o golpe militar no Chile. Escrevia então o Embaixador desse nosso «parceiro» europeu e da NATO, a propósito dos «profissionais decentes» que haviam conduzido o golpe, promovido pelos EUA para derrubar o governo democraticamente eleito da Unidad Popular: «os novos dirigentes estão inequivocamente do nosso lado e querem negociar connosco, no sentido mais lato»; «o actual regime tem muito mais a oferecer aos interesses britânicos do que aquele que o precedeu»; «os seus dois objectivos são os de extirpar o marxismo e restaurar a ordem» (Financial Times, 2.1.04).
Bem que se podem desiludir aqueles que acreditam nas «democracias ocidentais» e nos «valores europeus». Esss «democracias» são ditaduras de classe. O que lhes importa são os seus negócios. O «seu lado» é o de Pinochet, da guerra, da (re)colonização, da destruição de direitos e conquistas sociais, das falcatruas da Parmalat, da Halliburton e da Enron. Se preciso fôr, será também o da ditadura aberta nos seus (nossos) próprios países, como mostra a História do Século XX.
Do outro lado está a resistência iraquiana e palestiniana, estão os povos e trabalhadores em luta e as suas organizações, sindicais e políticas. É esse o lado dos comunistas.
O International Herald Tribune (2.1.04) informa que os EUA enviaram «equipas de franco-atiradores» para o Iraque, a que «o exército recorre cada vez mais». «Disparei à cabeça de um gajo e a sua cabeça explodiu» informa orgulhoso o Sargento Randy Davis. O jornal não se fica atrás no seu entusiasmo: «Todos os soldados são treinados para destruir um opositor, mas os franco-atiradores apuraram a arte de matar até um ponto acutilante». Sim, «the art of killing». Esta «política artística» é, sem dúvida, democrático-ocidental e de mercado. E está integrada numa política assim descrita pelo coronel norte-americano Sassman ao New York Times.12.03): «uma forte dose de medo e de violência e muito dinheiro para projectos, penso que conseguiremos convencer esta gente que estamos aqui para os ajudaris.
Os aliados britânicos não parecem querer ficar atrás. Em Bassorá e Amara, as tropas britânicas e seus lacaios massacram manifestantes que pedem empregos e o pagamento de salários em atraso. O jornalista Robert Fisk (pendent on Sunday04) informa que tropas britânicas espancaram oito detidos iraquianos, um deles até à morte. Conta o pai, que o viu no dia da sua detenção, deitado no chão do hotel onde trabalhava como recepcionista: «Disse-lhe, “não te preocupes, falei com o oficial britânico que diz que estarás cá fora daqui a umas horas”. [...]Três dias depois estava a olhar para o seu cadáver». O mesmo jornal (11.1.04) informa de outras nove mortes de civis iraquianos às mãos de tropas britânicas, quatro dos quais na prisão. A ocupação do Iraque está a entrar no cenário clássico da repressão indiscriminada por parte de uma horda invasora, incapaz de derrotar a resistência popular.
Para nos lembrar que a componente sanguinária das «democracias ocidentais de economia de mercado» não é coisa nova, aí está a publicação, após 30 anos de segredo oficial, de documentos do governo britânico sobre o golpe militar no Chile. Escrevia então o Embaixador desse nosso «parceiro» europeu e da NATO, a propósito dos «profissionais decentes» que haviam conduzido o golpe, promovido pelos EUA para derrubar o governo democraticamente eleito da Unidad Popular: «os novos dirigentes estão inequivocamente do nosso lado e querem negociar connosco, no sentido mais lato»; «o actual regime tem muito mais a oferecer aos interesses britânicos do que aquele que o precedeu»; «os seus dois objectivos são os de extirpar o marxismo e restaurar a ordem» (Financial Times, 2.1.04).
Bem que se podem desiludir aqueles que acreditam nas «democracias ocidentais» e nos «valores europeus». Esss «democracias» são ditaduras de classe. O que lhes importa são os seus negócios. O «seu lado» é o de Pinochet, da guerra, da (re)colonização, da destruição de direitos e conquistas sociais, das falcatruas da Parmalat, da Halliburton e da Enron. Se preciso fôr, será também o da ditadura aberta nos seus (nossos) próprios países, como mostra a História do Século XX.
Do outro lado está a resistência iraquiana e palestiniana, estão os povos e trabalhadores em luta e as suas organizações, sindicais e políticas. É esse o lado dos comunistas.