Outra Europa é possível
O Forum Social Europeu está a decorrer em França, com a participação de uma delegação do PCP. No domingo, o Partido esteve presente num encontro com 16 formações políticas.
«Opomo-nos a um directório de grandes potências», dizem os 16 partidos
O PCP participa no segundo Forum Social Europeu, que teve início na segunda-feira e que termina no domingo, na região de Paris. A delegação do Partido, para além das actividades gerais do Forum, participa noutras iniciativas, como a reunião de partidos comunistas e progressistas, promovida pelo Partido Comunista Francês, que se realizou no domingo; o Forum das Autoridades Locais, que se termina hoje em Saint-Denis; e o Seminário sobre a NATO e o Exército Europeu, que tem lugar amanhã. Esta última iniciativa será promovida pela revista do PCP, O Militante, e, entre outros, pelo Anti NATO Balkan Center, da Grécia. Entre os oradores encontra-se Rui Namorado Rosa.
O PCP estará representado por um espaço próprio de divulgação política, com a edição de um jornal sobre temas de actualidade nacional e internacional, que será distribuído aos participantes no Fórum. A delegação do PCP é composta por Albano Nunes, do secretariado, Jorge Cordeiro, da Comissão Política, e pelos membros do Comité Central Ângelo Alves e João Armando.
Encontro internacional
Os vinte partidos e forças políticas que se reuniram no domingo – entre eles o PCP – aprovaram um documento onde defendem que «outra Europa é possível» e que «outras políticas são possíveis à esquerda».
«Perante a recessão e o aumento do desemprego, é necessário pôr em causa o Pacto de estabilidade, os poderes e as orientações do Banco Central Europeu para realizar uma outra política económica e social, com outras prioridades, em benefício do emprego e da formação, dos serviços públicos, uma política audaciosa de investimento no meio-ambiente. É necessário impor uma taxa sobre os movimentos de capitais. É necessário alterar as prioridades: o ser humano e não o dinheiro», lê-se no documento.
«Tais prioridades podem contribuir para alterar as regras no mundo. É para isso que deve servir a União Europeia e não para acelerar a desregulamentação posta em prática pela OMC ou pelo FMI, ou para se lançar numa competição militar com os Estados Unidos, seja dentro ou fora do âmbito da NATO alargada. Recusamos qualquer militarização da Europa», afirmam os partidos.
«Queremos uma Europa independente dos Estados Unidos, respeitadora das soberanias, activa no mundo pela paz, o desarmamento, a solução política dos conflitos, a promoção da ONU e do direito internacional. Uma Europa realmente empenhada no desenvolvimento, particularmente na zona do Mediterrâneo e em África. Uma Europa que contribua para que o Médio Oriente saia do ciclo sangrento iniciado há tanto anos, apoiando as iniciativas de paz, a criação de um Estado palestiniano viável nas fronteiras de 1967 e com uma segurança partilhada com Israel. Apoiamos as iniciativas tomadas por personalidades israelitas e palestinianas com vista a uma solução política, como a do Plano de Genebra», salientam.
Os partidos signatários declaram que «foi isso que se exprimiu com uma força sem igual em todos os nossos países, contra a guerra no Iraque e a política imperial de Bush, no dia 15 de Fevereiro de 2003, e que continua a manifestar-se na exigência do fim da ocupação».
«O que está no cerne da crise da União Europeia é a democracia. Durante décadas, a Europa foi feita por cima, com desprezo pela grande diversidade das suas culturas e das suas línguas, sem os povos, e muitas vezes contra eles. Hoje, qualquer que seja a nossa opinião global sobre o projecto de “Tratado Constitucional” em discussão, opomo-nos a um directório de grandes potências. Não aceitamos que nos queiram impor os critérios económicos ultraliberais que provocam importantes retrocessos no plano social. Pronunciamo-nos pela consulta das populações, em cada país, por referendo», defendem.
O PCP estará representado por um espaço próprio de divulgação política, com a edição de um jornal sobre temas de actualidade nacional e internacional, que será distribuído aos participantes no Fórum. A delegação do PCP é composta por Albano Nunes, do secretariado, Jorge Cordeiro, da Comissão Política, e pelos membros do Comité Central Ângelo Alves e João Armando.
Encontro internacional
Os vinte partidos e forças políticas que se reuniram no domingo – entre eles o PCP – aprovaram um documento onde defendem que «outra Europa é possível» e que «outras políticas são possíveis à esquerda».
«Perante a recessão e o aumento do desemprego, é necessário pôr em causa o Pacto de estabilidade, os poderes e as orientações do Banco Central Europeu para realizar uma outra política económica e social, com outras prioridades, em benefício do emprego e da formação, dos serviços públicos, uma política audaciosa de investimento no meio-ambiente. É necessário impor uma taxa sobre os movimentos de capitais. É necessário alterar as prioridades: o ser humano e não o dinheiro», lê-se no documento.
«Tais prioridades podem contribuir para alterar as regras no mundo. É para isso que deve servir a União Europeia e não para acelerar a desregulamentação posta em prática pela OMC ou pelo FMI, ou para se lançar numa competição militar com os Estados Unidos, seja dentro ou fora do âmbito da NATO alargada. Recusamos qualquer militarização da Europa», afirmam os partidos.
«Queremos uma Europa independente dos Estados Unidos, respeitadora das soberanias, activa no mundo pela paz, o desarmamento, a solução política dos conflitos, a promoção da ONU e do direito internacional. Uma Europa realmente empenhada no desenvolvimento, particularmente na zona do Mediterrâneo e em África. Uma Europa que contribua para que o Médio Oriente saia do ciclo sangrento iniciado há tanto anos, apoiando as iniciativas de paz, a criação de um Estado palestiniano viável nas fronteiras de 1967 e com uma segurança partilhada com Israel. Apoiamos as iniciativas tomadas por personalidades israelitas e palestinianas com vista a uma solução política, como a do Plano de Genebra», salientam.
Os partidos signatários declaram que «foi isso que se exprimiu com uma força sem igual em todos os nossos países, contra a guerra no Iraque e a política imperial de Bush, no dia 15 de Fevereiro de 2003, e que continua a manifestar-se na exigência do fim da ocupação».
«O que está no cerne da crise da União Europeia é a democracia. Durante décadas, a Europa foi feita por cima, com desprezo pela grande diversidade das suas culturas e das suas línguas, sem os povos, e muitas vezes contra eles. Hoje, qualquer que seja a nossa opinião global sobre o projecto de “Tratado Constitucional” em discussão, opomo-nos a um directório de grandes potências. Não aceitamos que nos queiram impor os critérios económicos ultraliberais que provocam importantes retrocessos no plano social. Pronunciamo-nos pela consulta das populações, em cada país, por referendo», defendem.