Emparedado
Já aqui escrevemos, no outro dia, sobre muros, a nova obsessão imperialista, que tem levado os mais agressivos estados a construí-los por extensos quilómetros e que mostram hoje não apenas a preocupação de defesa mas o objectivo de emparedar os que ousam lutar pela liberdade ou por um acesso a uma vida melhor.
Este duplo objectivo - defesa e opressão - está patente em cada uma das «obras públicas» de que falamos. Tanto nas terras exíguas da Palestina como nas larguezas da fronteira entre os Estados Unidos e do México. Não tem nada a ver com o célebre muro de Berlim que o imperialismo, bem ajudado pela traição, conseguiu furar e destroçar, ruindo simbolicamente aí as defesas de um sistema que lograra transformar o mundo e erguer um outro, mais justo e libertador.
Esta dupla característica de um muro sempre foi patente em todos os que na História se ergueram. Aliás, os muros todos têm duas faces - a de fora e a de dentro, tais dois modos de ver a paisagem e de a interpretar. Quando, por exemplo, a Europa se semeava de castelos, estes não significavam apenas o mando dos senhores, mas também o seu medo da vila e dos vilãos.
Vem isto a propósito da visita anunciada que Bush fará a Inglaterra. Os americanos já fizeram saber que desejam segurança máxima e, vai daí, «mandaram» fechar o centro de Londres! Ao que o chefe da edilidade terá respondido com uma recusa, pois tal fecho teria como resultado a perda de dinheiro - do que entra e do que sai.
Desde há tempos que sempre que reúnem os expoentes políticos do capital, em cimeiras mais ou menos alargadas, que a «segurança» é a palavra de ordem. É que, eleitos pelo marketing com a ajuda de regras ditadas pelo seu próprio sistema ou furadas por expedientes de secretaria, acabam por confrontar-se com o descontentamento popular, já que as contas feitas à vida desmentem as promessas eleitorais.
E então, emparedam-se para realizar a alquimia de soluções milagrosas que garantam a eterna juventude do capitalismo. Enquanto tentarem fechar as cidades e os países, ainda a coisa vai bem. O pior será quando o mundo fechar para obras.
Este duplo objectivo - defesa e opressão - está patente em cada uma das «obras públicas» de que falamos. Tanto nas terras exíguas da Palestina como nas larguezas da fronteira entre os Estados Unidos e do México. Não tem nada a ver com o célebre muro de Berlim que o imperialismo, bem ajudado pela traição, conseguiu furar e destroçar, ruindo simbolicamente aí as defesas de um sistema que lograra transformar o mundo e erguer um outro, mais justo e libertador.
Esta dupla característica de um muro sempre foi patente em todos os que na História se ergueram. Aliás, os muros todos têm duas faces - a de fora e a de dentro, tais dois modos de ver a paisagem e de a interpretar. Quando, por exemplo, a Europa se semeava de castelos, estes não significavam apenas o mando dos senhores, mas também o seu medo da vila e dos vilãos.
Vem isto a propósito da visita anunciada que Bush fará a Inglaterra. Os americanos já fizeram saber que desejam segurança máxima e, vai daí, «mandaram» fechar o centro de Londres! Ao que o chefe da edilidade terá respondido com uma recusa, pois tal fecho teria como resultado a perda de dinheiro - do que entra e do que sai.
Desde há tempos que sempre que reúnem os expoentes políticos do capital, em cimeiras mais ou menos alargadas, que a «segurança» é a palavra de ordem. É que, eleitos pelo marketing com a ajuda de regras ditadas pelo seu próprio sistema ou furadas por expedientes de secretaria, acabam por confrontar-se com o descontentamento popular, já que as contas feitas à vida desmentem as promessas eleitorais.
E então, emparedam-se para realizar a alquimia de soluções milagrosas que garantam a eterna juventude do capitalismo. Enquanto tentarem fechar as cidades e os países, ainda a coisa vai bem. O pior será quando o mundo fechar para obras.