Amigos, amigos...
A sede de poder global do imperialismo tanto existe nos EUA como na Europa
Há quem se lembre das declarações dos chefes de estado francês e alemão contra a guerra no Iraque, sem sombra de dúvida uma grande pedra nos sapatos de Bush e Blair que, na altura, procuravam apoios políticos que branqueassem o crime que se preparavam para perpetrar.
Três razões presidiram a esta posição conjuntural: o peso que as lutas contra a guerra tiveram na opinião pública dos seus países; as pressões do grande capital, nomeadamente das petrolíferas para tentar ganhar poder negocial e travar um monopólio anglo-americano de exploração petrolífera no Iraque e uma terceira, a mais importante para esta análise, que reside na expressão concreta das contradições interimperialistas entre o eixo anglo-americano e as potências que lideram o processo de integração europeia.
Aos mais incautos poderá parecer que tal postura contribuiu para um combate à hegemonia norte-americana e sua política de guerra imperialista.
Analisemos então alguns factos recentes:
No dia 16 de Outubro, os mesmo países que saíram em defesa do direito internacional e do papel da ONU no Iraque, foram os que negociaram e aprovaram, com os EUA, uma resolução que legaliza a ocupação do Iraque sob direcção dos invasores e lhes permite solicitar a diversos países apoio militar e financeiro usando o mesmo direito internacional que espezinharam.
Um dia antes, a 15 de Outubro, na sequência das decisões da cimeira realizada em Novembro de 2002, para as quais esses países contribuíram, A NATO apresentou a «Força de resposta» da NATO, uma força combinada que poderá vir a colocar 20.000 a 30.000 homens em qualquer parte do mundo por via aérea, naval e terrestre num espaço de 5 dias, sob um comando único. Segundo os dirigentes da NATO esta força é a concretização do novo conceito de NATO: uma organização vocacionada para o combate ao «inimigo global», «o terrorismo», e que intervirá lá onde estiver o tal inimigo invisível e onde bem entender.
Entretanto à boleia de um projecto de tratado apresentado como «Constituição da Europa«, França e Alemanha, com um Blair de amores divididos entre a UE e os EUA e uma Bélgica embriagada pela ribalta do militarismo, avançam na decisão de criar rapidamente uma força de intervenção europeia e um centro operacional de comando europeu.
A diplomacia norte-americana classificou imediatamente o projecto como uma «ameaça ao futuro da NATO». Na sequência da reacção norte-americana, Chirac, Blair e Berlusconi foram claros: O projecto europeu servirá para complementar a NATO e intervir onde os EUA «por uma razão ou outra não queiram estar envolvidos».
A afirmação é verdadeiramente elucidativa! Se fica claro que quem dirige a UE tem os EUA como aliado, também é verdade que estas potências pretendem dotar-se de meios, não para fazer frente ao amigo americano, mas para disputar e negociar com ele um melhor equilíbrio sobre o controlo das chamadas «áreas de influência». Desencantem-se então os defensores da imaculada «cidadania europeia» e dos encantos de uma Europa humanista e de cooperação, aberta ao mundo. Aquilo que está na forja da chamada constituição europeia é nem mais nem menos do que a criação de um bloco imperialista, armado, dirigido pelas principais potências capitalistas europeias, e que ambiciona, um dia, poder ter a «liberdade» de escolher sozinho onde e como intervir.
É natural que assim procedam. A sede de poder global do imperialismo tanto existe nos EUA como na Europa. O que acontece hoje na UE, e que determinou as posições sobre a guerra do Iraque, é um processo de concentração de poder político, económico e militar num pequeno punhado de potências que competem com os EUA para fazer exactamente aquilo que estes fazem: usar de todos os meios disponíveis para conquistar mercados, riquezas e domínio geo-estratégico. Contra o interesse dos povos!
Três razões presidiram a esta posição conjuntural: o peso que as lutas contra a guerra tiveram na opinião pública dos seus países; as pressões do grande capital, nomeadamente das petrolíferas para tentar ganhar poder negocial e travar um monopólio anglo-americano de exploração petrolífera no Iraque e uma terceira, a mais importante para esta análise, que reside na expressão concreta das contradições interimperialistas entre o eixo anglo-americano e as potências que lideram o processo de integração europeia.
Aos mais incautos poderá parecer que tal postura contribuiu para um combate à hegemonia norte-americana e sua política de guerra imperialista.
Analisemos então alguns factos recentes:
No dia 16 de Outubro, os mesmo países que saíram em defesa do direito internacional e do papel da ONU no Iraque, foram os que negociaram e aprovaram, com os EUA, uma resolução que legaliza a ocupação do Iraque sob direcção dos invasores e lhes permite solicitar a diversos países apoio militar e financeiro usando o mesmo direito internacional que espezinharam.
Um dia antes, a 15 de Outubro, na sequência das decisões da cimeira realizada em Novembro de 2002, para as quais esses países contribuíram, A NATO apresentou a «Força de resposta» da NATO, uma força combinada que poderá vir a colocar 20.000 a 30.000 homens em qualquer parte do mundo por via aérea, naval e terrestre num espaço de 5 dias, sob um comando único. Segundo os dirigentes da NATO esta força é a concretização do novo conceito de NATO: uma organização vocacionada para o combate ao «inimigo global», «o terrorismo», e que intervirá lá onde estiver o tal inimigo invisível e onde bem entender.
Entretanto à boleia de um projecto de tratado apresentado como «Constituição da Europa«, França e Alemanha, com um Blair de amores divididos entre a UE e os EUA e uma Bélgica embriagada pela ribalta do militarismo, avançam na decisão de criar rapidamente uma força de intervenção europeia e um centro operacional de comando europeu.
A diplomacia norte-americana classificou imediatamente o projecto como uma «ameaça ao futuro da NATO». Na sequência da reacção norte-americana, Chirac, Blair e Berlusconi foram claros: O projecto europeu servirá para complementar a NATO e intervir onde os EUA «por uma razão ou outra não queiram estar envolvidos».
A afirmação é verdadeiramente elucidativa! Se fica claro que quem dirige a UE tem os EUA como aliado, também é verdade que estas potências pretendem dotar-se de meios, não para fazer frente ao amigo americano, mas para disputar e negociar com ele um melhor equilíbrio sobre o controlo das chamadas «áreas de influência». Desencantem-se então os defensores da imaculada «cidadania europeia» e dos encantos de uma Europa humanista e de cooperação, aberta ao mundo. Aquilo que está na forja da chamada constituição europeia é nem mais nem menos do que a criação de um bloco imperialista, armado, dirigido pelas principais potências capitalistas europeias, e que ambiciona, um dia, poder ter a «liberdade» de escolher sozinho onde e como intervir.
É natural que assim procedam. A sede de poder global do imperialismo tanto existe nos EUA como na Europa. O que acontece hoje na UE, e que determinou as posições sobre a guerra do Iraque, é um processo de concentração de poder político, económico e militar num pequeno punhado de potências que competem com os EUA para fazer exactamente aquilo que estes fazem: usar de todos os meios disponíveis para conquistar mercados, riquezas e domínio geo-estratégico. Contra o interesse dos povos!