Direitos quê?
Cerca de seiscentos cidadãos, oriundos de mais de quatro dezenas de países, estão presos, há vários meses, às ordens do Governo dos EUA, na Base de Guantánamo, em Cuba. Considerados «perigosos terroristas» – e basta que o omnipotente Bush assim os considere para que eles o sejam – os prisioneiros estão submetidos a um regime semelhante ao que existia nas prisões da Gestapo. E, tal como acontecia nas prisões nazis, também na prisão norte-americana de Guantánamo os casos de suicídio se sucedem. Vários desses seiscentos prisioneiros, são garotos de 12 e 13 anos, também eles, sempre segundo o omnisciente Bush, «perigosos terroristas».
Sem culpa formada, sem direito a defensor, sem direito a correspondência, sem direito a visitas, sem direito a assistência médica adequada, metidos em jaulas, passando fome, sujeitos a todas as torturas que os carcereiros da democracia entenderem, os prisioneiros de Guantánamo constituem uma referência exemplar do tempo que vivemos, um caso concreto de exibição da essência do conceito de democracia em vigor no Império – democracia que os propagandistas de serviço aqui no nosso Jardim da Europa têm ordens para considerar como «a mais avançada do mundo».
Sobre as práticas bushianas de Guantánamo quase nada se diz ou escreve nos media de grande audiência: como notícia, tais práticas não têm interesse, pelo que não cabem nos critérios noticiosos dominantes; como tema de abordagem de analista ou comentador, isto é, de propagandista, há que reconhecer que não se trata propriamente de matéria que dê para grandes floreados. Ainda que os referidos propagandistas recorressem à sua nunca por demais sublinhada desvergonha, haveria sempre um qualquer chefe que torceria o nariz e os aconselharia a não enveredarem por semelhantes atalhos e a não se desviarem da cassette dos direitos humanos, essa, sim, de mais que provada eficácia. É conhecido o apego dos ditos propagandistas à nobre causa dos direitos humanos... bem como a total coincidência dos seus pontos de vista com a preclara visão do omnividente Bush. O papel destes propagandistas é o papel dos seus gémeos de todas as épocas: difundir o que ao CHEFE convém que seja difundido. O que, aplicado à situação dos prisioneiros de Guantánamo, os levaria a entoar um coro de elogios aos carcereiros, às condições prisionais, às torturas, enfim, a todos os meios ali utilizados para bem cumprir a divina missão de defender os direitos humanos.
Sem culpa formada, sem direito a defensor, sem direito a correspondência, sem direito a visitas, sem direito a assistência médica adequada, metidos em jaulas, passando fome, sujeitos a todas as torturas que os carcereiros da democracia entenderem, os prisioneiros de Guantánamo constituem uma referência exemplar do tempo que vivemos, um caso concreto de exibição da essência do conceito de democracia em vigor no Império – democracia que os propagandistas de serviço aqui no nosso Jardim da Europa têm ordens para considerar como «a mais avançada do mundo».
Sobre as práticas bushianas de Guantánamo quase nada se diz ou escreve nos media de grande audiência: como notícia, tais práticas não têm interesse, pelo que não cabem nos critérios noticiosos dominantes; como tema de abordagem de analista ou comentador, isto é, de propagandista, há que reconhecer que não se trata propriamente de matéria que dê para grandes floreados. Ainda que os referidos propagandistas recorressem à sua nunca por demais sublinhada desvergonha, haveria sempre um qualquer chefe que torceria o nariz e os aconselharia a não enveredarem por semelhantes atalhos e a não se desviarem da cassette dos direitos humanos, essa, sim, de mais que provada eficácia. É conhecido o apego dos ditos propagandistas à nobre causa dos direitos humanos... bem como a total coincidência dos seus pontos de vista com a preclara visão do omnividente Bush. O papel destes propagandistas é o papel dos seus gémeos de todas as épocas: difundir o que ao CHEFE convém que seja difundido. O que, aplicado à situação dos prisioneiros de Guantánamo, os levaria a entoar um coro de elogios aos carcereiros, às condições prisionais, às torturas, enfim, a todos os meios ali utilizados para bem cumprir a divina missão de defender os direitos humanos.