Felgueiras II
Esta semana, uma sondagem realizada em Felgueiras dava de novo a vitória a Fátima Felgueiras se esta voltasse a candidatar-se à autarquia, o que nos convoca uma rectificação.
Na semana passada, a propósito de Felgueiras e da agressão ao dirigente do PS Francisco Assis, anotámos que «em rigor, a dita população de Felgueiras não tem mais a ver com os acontecimentos que todas as outras populações do País, que também não foram vistas nem achadas no reboliço montado à visita de Francisco Assis».
Continua a ser verdade, de um ponto de vista essencial. Ou seja: a agressão e o desacato foram obviamente comandados – são-no geralmente -, serviram objectivos inconfessados e não envolveram a população que, no seu conjunto, estava expectante em casa.
A emenda a fazer – ou melhor dizendo o acrescento - situa-se aqui: a agressão e o desacato não envolveram a população, mas responsabilizam-na.
Na verdade – e essa é que é essa – nada daquilo teria acontecido se não houvesse um ambiente propício para tal.
Imaginemos, por hipótese, que a população de Felgueiras havia ficado indignada com a fuga da presidente da Câmara e escandalizada com as graves suspeitas e acusações que impendem sobre a sua gestão autárquica: nesse caso, as manifestações a organizar seriam necessariamente de protesto contra uma administração camarária que, para já, tinha defraudado expectativas locais e atraiçoado promessas eleitorais, fugindo escandalosamente às responsabilidades e, sobretudo, ao esclarecimento dos factos.
Tal como a recepção a Francisco Assis seria pacata, banal e provavelmente desapercebida, restringindo-se aos organismos do PS local.
Todavia, não apenas as manifestações têm sido de apoio à fugitiva como, segundo aponta a tal sondagem, Fátima Felgueiras voltaria a ganhar as eleições se concorresse de novo neste concelho.
Assim sendo, não é de estranhar que os eleitos do PS local se recusem demitir-se dos cargos que teimosamente continuam a ocupar na autarquia, ao mesmo tempo que os militantes do PS de Felgueiras se preparam para afrontar a direcção distrital do partido numas eleições partidárias concelhias onde, ganhando como se propõem, almejam demonstrar assim a «legitimidade» de desafiar as orientações da direcção central.
Afinal de contas, os eleitos, militantes e dirigentes do PS continuam, todos, oportunisticamente a cavalgar a onda do que lhes parece ser as inclinações maioritárias do eleitorado.
E explicamos porquê.
No passado recente - mais exactamente nas últimas eleições para as autarquias -, quando já impendiam sobre Fátima Felgueiras e a sua gestão autárquica, não apenas graves suspeitas de corrupção como acusações formais por parte dos tribunais, a direcção nacional do PS, por sugestão do PS/Porto e do PS local, deu o beneplácito à candidatura de Fátima Felgueiras e, para averbar mais uma vitória nas eleições, não hesitou em legitimar uma gestão com um passado de corrupções e um futuro de suspeitas.
Agora, o escândalo rebentou à luz do dia e a principal responsável, como supremo insulto a Felgueiras, foge das responsabilidades, da Justiça e do próprio País, o que leva boa parte da população à original atitude de isentar a fugitiva e verberar as instituições, como se fossem estas as faltosas, e não Fátima Felgueiras.
Vai daí, os militantes do PS local erguem-se também em defesa dos lugares que detêm na autarquia, o que os leva a afrontar a repentina moralização que o PS nacional lhes exige e ao absurdo de apoiarem a própria fugitiva…
Em suma, toda esta história é uma lamentável cadeia de oportunismos, protagonizada pelo PS tanto local como nacionalmente.
Como pano de fundo, está Felgueiras como alvo fácil de todos os demagogos. A começar pelos que até fogem descaradamente à Justiça.
Na semana passada, a propósito de Felgueiras e da agressão ao dirigente do PS Francisco Assis, anotámos que «em rigor, a dita população de Felgueiras não tem mais a ver com os acontecimentos que todas as outras populações do País, que também não foram vistas nem achadas no reboliço montado à visita de Francisco Assis».
Continua a ser verdade, de um ponto de vista essencial. Ou seja: a agressão e o desacato foram obviamente comandados – são-no geralmente -, serviram objectivos inconfessados e não envolveram a população que, no seu conjunto, estava expectante em casa.
A emenda a fazer – ou melhor dizendo o acrescento - situa-se aqui: a agressão e o desacato não envolveram a população, mas responsabilizam-na.
Na verdade – e essa é que é essa – nada daquilo teria acontecido se não houvesse um ambiente propício para tal.
Imaginemos, por hipótese, que a população de Felgueiras havia ficado indignada com a fuga da presidente da Câmara e escandalizada com as graves suspeitas e acusações que impendem sobre a sua gestão autárquica: nesse caso, as manifestações a organizar seriam necessariamente de protesto contra uma administração camarária que, para já, tinha defraudado expectativas locais e atraiçoado promessas eleitorais, fugindo escandalosamente às responsabilidades e, sobretudo, ao esclarecimento dos factos.
Tal como a recepção a Francisco Assis seria pacata, banal e provavelmente desapercebida, restringindo-se aos organismos do PS local.
Todavia, não apenas as manifestações têm sido de apoio à fugitiva como, segundo aponta a tal sondagem, Fátima Felgueiras voltaria a ganhar as eleições se concorresse de novo neste concelho.
Assim sendo, não é de estranhar que os eleitos do PS local se recusem demitir-se dos cargos que teimosamente continuam a ocupar na autarquia, ao mesmo tempo que os militantes do PS de Felgueiras se preparam para afrontar a direcção distrital do partido numas eleições partidárias concelhias onde, ganhando como se propõem, almejam demonstrar assim a «legitimidade» de desafiar as orientações da direcção central.
Afinal de contas, os eleitos, militantes e dirigentes do PS continuam, todos, oportunisticamente a cavalgar a onda do que lhes parece ser as inclinações maioritárias do eleitorado.
E explicamos porquê.
No passado recente - mais exactamente nas últimas eleições para as autarquias -, quando já impendiam sobre Fátima Felgueiras e a sua gestão autárquica, não apenas graves suspeitas de corrupção como acusações formais por parte dos tribunais, a direcção nacional do PS, por sugestão do PS/Porto e do PS local, deu o beneplácito à candidatura de Fátima Felgueiras e, para averbar mais uma vitória nas eleições, não hesitou em legitimar uma gestão com um passado de corrupções e um futuro de suspeitas.
Agora, o escândalo rebentou à luz do dia e a principal responsável, como supremo insulto a Felgueiras, foge das responsabilidades, da Justiça e do próprio País, o que leva boa parte da população à original atitude de isentar a fugitiva e verberar as instituições, como se fossem estas as faltosas, e não Fátima Felgueiras.
Vai daí, os militantes do PS local erguem-se também em defesa dos lugares que detêm na autarquia, o que os leva a afrontar a repentina moralização que o PS nacional lhes exige e ao absurdo de apoiarem a própria fugitiva…
Em suma, toda esta história é uma lamentável cadeia de oportunismos, protagonizada pelo PS tanto local como nacionalmente.
Como pano de fundo, está Felgueiras como alvo fácil de todos os demagogos. A começar pelos que até fogem descaradamente à Justiça.