Alerta geral
Nunca como agora a Justiça portuguesa esteve tão na ribalta. Nunca como agora os magistrados estiveram sob os holofotes dos media, transformados em actores principais de um reality show em que o importante não é o que fazem mas como o fazem.
Como se fora uma novidade, ou uma aberração, «descobre-se» que para além da toga os juizes também usam ténis e calças de ganga; que vão ao café e comem sandes; que têm família e falam com os amigos; que são capazes de alinhavar duas frases seguidas sem invocar a alínea b) do artigo 13.º da lei XPTO. Um destes dias, alguém mais expedito ainda é capaz de «provar» em directo e ao vivo que as lágrimas dos homens e das mulheres da lei são compostas de água e cloreto de sódio, como as de qualquer mortal.
Mais se «descobriu», nestes tempos de inovação, que os juizes trabalham. Como em tudo na vida, contudo, nesta matéria uns são mais iguais do que os outros, o que não deixa de ser uma factor de perturbação. Normal mesmo, neste jardim à beira-mar plantado, é que o trabalho não seja para fazer mas para ir fazendo. Qualquer tribunal que se preze deverá ter resmas de processos a transbordar das secretárias, espalhos pelo chão, empilhados pelos cantos, à espera de melhores dias.
Como explicar então que haja juizes - credo! - com a escrita em dia?
A resposta foi difícil de achar, mas uma vez encontrada logo assumiu o peso de uma certeza inquestionável, repetida até à exaustão. Por mais normais que pareçam, tais magistrados padecem de uma nova e perigosa doença até aqui desconhecida: são trabalhadores compulsivos e/ou obcecados.
Compulsivo, do latim compulsu, significa que se é obrigado a fazer qualquer coisa, neste caso trabalhar, independentemente da vontade própria, que obviamente seria a de «deixar andar».
Obsessão, do latim obsessione, é uma ideia fixa, uma preocupação constante, e em psicologia patológica é um estado sintomático de diversas neuroses.
Tanto quanto se sabe, neste caso da Casa Pia há pelos menos dois juizes afectados. Por onde passaram não deixaram casos pendentes e trabalham que se desunham. É grave, muito grave. Se o mal se espalha - imagine-se uma epidemia - onde iremos parar?
A estabilidade social, a moral e os bons costumes deste nosso doce faz que anda mas não anda está em perigo. Andam por aí juizes à solta. Juizes que Trabalham! É preciso avisar toda a gente. Se não forem detidos ainda corremos o risco de ver a Justiça a funcionar. Onde é que isso já se viu?
Como se fora uma novidade, ou uma aberração, «descobre-se» que para além da toga os juizes também usam ténis e calças de ganga; que vão ao café e comem sandes; que têm família e falam com os amigos; que são capazes de alinhavar duas frases seguidas sem invocar a alínea b) do artigo 13.º da lei XPTO. Um destes dias, alguém mais expedito ainda é capaz de «provar» em directo e ao vivo que as lágrimas dos homens e das mulheres da lei são compostas de água e cloreto de sódio, como as de qualquer mortal.
Mais se «descobriu», nestes tempos de inovação, que os juizes trabalham. Como em tudo na vida, contudo, nesta matéria uns são mais iguais do que os outros, o que não deixa de ser uma factor de perturbação. Normal mesmo, neste jardim à beira-mar plantado, é que o trabalho não seja para fazer mas para ir fazendo. Qualquer tribunal que se preze deverá ter resmas de processos a transbordar das secretárias, espalhos pelo chão, empilhados pelos cantos, à espera de melhores dias.
Como explicar então que haja juizes - credo! - com a escrita em dia?
A resposta foi difícil de achar, mas uma vez encontrada logo assumiu o peso de uma certeza inquestionável, repetida até à exaustão. Por mais normais que pareçam, tais magistrados padecem de uma nova e perigosa doença até aqui desconhecida: são trabalhadores compulsivos e/ou obcecados.
Compulsivo, do latim compulsu, significa que se é obrigado a fazer qualquer coisa, neste caso trabalhar, independentemente da vontade própria, que obviamente seria a de «deixar andar».
Obsessão, do latim obsessione, é uma ideia fixa, uma preocupação constante, e em psicologia patológica é um estado sintomático de diversas neuroses.
Tanto quanto se sabe, neste caso da Casa Pia há pelos menos dois juizes afectados. Por onde passaram não deixaram casos pendentes e trabalham que se desunham. É grave, muito grave. Se o mal se espalha - imagine-se uma epidemia - onde iremos parar?
A estabilidade social, a moral e os bons costumes deste nosso doce faz que anda mas não anda está em perigo. Andam por aí juizes à solta. Juizes que Trabalham! É preciso avisar toda a gente. Se não forem detidos ainda corremos o risco de ver a Justiça a funcionar. Onde é que isso já se viu?