Mais de meio milhão de pessoas participaram numa jornada nacional em defesa do sistema de pensões e reformas, no âmbito da qual se realizaram, no sábado, uma centena de desfiles em toda a França.

A jornada foi o primeiro aviso dos sindicatos contra a reforma da segurança social que o primeiro ministro francês se prepara lançar. Em Paris, nem uma tempestade de neve nem uma greve dos transportes impediram que 50 mil pessoas saíssem à rua. O mesmo número foi registado em Marselha, enquanto noutras cidades, como Toulouse e Bordéus, os sindicatos promotores contabilizaram mais de 20 mil pessoas nas marchas de protesto. Importantes acções decorreram ainda em Rennes, com 25 mil manifestantes, e Saint-Etienne, com mais de 10 mil.

A reforma pretendida pelo governo de Jean-Pierre Raffarin tem para já uma forte oposição da opinião pública francesa. Segundo uma recente sondagem, 68 por cento defendem a manutenção do direito à reforma aos 60 anos; 73 por cento recusam qualquer aumento das contribuições; e 84 por cento rejeitam qualquer tentativa para a redução das prestações. Para resolver a polémica, 78 por cento dos inquiridos mostram-se favoráveis à realização de um referendo.