Administração Pública

Contra o congelamento de salários

As pro­postas do Go­verno de au­mentos sa­la­riais dos tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração pú­blica são ina­cei­tá­veis. Foi assim que Paulo Trin­dade, di­ri­gente da Frente Comum dos Sin­di­catos da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, ca­rac­te­rizou as pro­postas apre­sen­tadas pela mi­nistra das Fi­nanças, após meses sem nada dizer sobre esta ma­téria.

O Go­verno apre­sentou três pro­postas, todas elas ofen­dendo os di­reitos dos tra­ba­lha­dores. Uma das pro­postas, a pre­fe­rida do Go­verno, visa o au­mento de 1,5 por cento para os tra­ba­lha­dores que re­cebam menos de mil euros men­sais e zero por cento para os res­tantes. A se­gunda al­ter­na­tiva conta de au­mentos de 0,5 por cento para todos os tra­ba­lha­dores. A ter­ceira, pre­vendo au­mentos de dois por cento, previa a sus­pensão por um ano do ac­tual es­quema de pro­mo­ções e pro­gres­sões.

Todos os sin­di­catos con­tes­taram estas pro­postas, mesmo a que o Go­verno con­si­dera a mais «viável». Para Paulo Trin­dade, esta pro­posta sig­ni­fica uma re­dução real dos sa­lá­rios. O di­ri­gente da Frente Comum con­si­dera que a adopção desta me­dida sig­ni­fi­caria uma re­dução de um por cento nos sa­lá­rios de 45 por cento dos tra­ba­lha­dores e de 2,5 por cento no dos res­tantes.

A es­tru­tura sin­dical le­vará a cabo, entre 27 e 31 de Ja­neiro, um con­junto de ac­ções em todo o País com o ob­jec­tivo de dar a co­nhecer o ataque des­fe­rido aos tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração pú­blica e aos pró­prios ser­viços pú­blicos. Essa cam­panha de es­cla­re­ci­mento tem o lema de «se­mana de luta e de luto» e cons­tará de um abaixo-as­si­nado con­tendo as prin­ci­pais rei­vin­di­ca­ções da Frente Comum, de dis­tri­buição e afi­xação de pro­pa­ganda e de ac­ções de rua em todos os dis­tritos. Na base desta cam­panha está, entre ou­tros as­suntos, a de­fesa da dig­ni­dade pro­fis­si­onal dos tra­ba­lha­dores. A pla­ta­forma sin­dical não aceita que os tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração pú­blica sejam eri­gidos como «bodes ex­pi­a­tó­rios da má gestão dos di­nheiros pú­blicos», lem­brando que o Go­verno, na sequência da pri­va­ti­zação de ser­viços pú­blicos es­sen­ciais, no­meou ad­mi­nis­tra­dores pagos duas vezes acima da ta­bela da função pú­blica. Re­a­lizou-se ontem, em Lisboa, um ple­nário na­ci­onal dos sin­di­catos que com­põem a Frente Comum.



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