O genocídio continua
«O assassinato de israelitas é um objectivo constante e permanente da cúpula da Autoridade Palestiniana», afirmou há dias o primeiro-ministro Ariel Sharon. Os factos mostram uma realidade bem diferente, como testemunha o balanço possível dos últimos dias de 2002.
Em Dezembro, todos os centros populacionais na Cisjordânia foram virtualmente ocupados pelo exército israelita, enquanto nos restantes territórios palestinianos aumentaram os postos de controlo, os «cordões de segurança» e o recolher obrigatório.
Na Cisjordânia, os palestinianos menores de trinta e cinco anos ficaram impedidos de sair de casa e do país, não podendo ir trabalhar ou sequer ir às compras, uma situação particularmente grave numa população em que 3,3 milhões de pessoas sofre de desnutrição.
Os últimos números do genocídio que Israel está a levar a cabo são impressionantes:
- 77 palestinianos assassinados, 14 dos quais crianças;
- 768 palestinianos feridos; entre os feridos contam-se 286 crianças, 92 das quais estão em estado grave;
- 895 palestinianos ilegalmente presos.
As áreas palestinianas foram bombardeadas 337 vezes e atacadas 848 vezes com metralhadoras.
A violência não se fica por aqui. Segundo fontes palestinianas, foram ainda totalmente destruídos ou seriamente danificados 784 casas; 482 veículos, incluindo 7 ambulâncias; 278 estabelecimentos comerciais; 9 escolas; uma universidade; 51 parques ou praças; 14 explorações agrícolas; 22 instituições; 6 postos de saúde; 4 mesquitas; 20 postos de Segurança Nacional. No mesmo período, foram derrubadas 8764 árvores e confiscados 693 hectares de terra, de um total de 3259 hectares de terra removidas.
Entretanto, Israel construiu nos territórios palestinianos mais 59 novos postos de controlo; 1035 unidades residenciais e 12 novas estradas nos colonatos. No último domingo, mais seis palestinianos foram mortos.