Não ao neoliberalismo e à guerra! Pelos direitos, o progresso social e a paz!

As conclusões do Conselho Europeu do passado dia 20 ficam marcadas pela ausência de resposta aos problemas dos povos e pelo favorecimento dos grupos económicos e financeiros e da instigação da confrontação e da guerra, denuncia o PCP.

As orientações do Conselho Europeu apenas beneficiam os grupos económicos

Num comunicado de anteontem, emitido pelo Gabinete de Imprensa dos Deputados do PCP no Parlamento Europeu, denuncia-se que não se vislumbram, nas conclusões do Conselho Europeu, quaisquer medidas para a «resposta ao necessário aumento de salários e pensões, ao investimento nos serviços públicos, ao acesso à habitação, ao desenvolvimento da capacidade produtiva e à salvaguarda de sectores estratégicos para a soberania e o desenvolvimento de países como Portugal».

Por outro lado, e a pretexto da designada «competitividade», são muitas as orientações que beneficiam os grupos económicos e financeiros, «seja por via do aprofundamento do mercado único, com as denominadas União de Mercados de Capitais, União Bancária, União da Energia, entre outras medidas; seja por via do chamado programa Omnibus, com as suas “simplificação” e harmonização da regulamentação; seja ainda por via do designado “28.º regime jurídico”, com o seu quadro normativo elaborado à margem das legislações dos 27 países que integram a União Europeia». Todas estas medidas, realça o PCP, visam o desenvolvimento de mecanismos de natureza supranacional que permitam «reduzir as obrigações das multinacionais e contornar quadros legais nacionais entendidos como obstáculos à sua acção».

Entre outros aspectos, alerta-se ainda para as manobras tendentes a colocar ao serviço dos fundos especulativos centenas de milhares de milhões de euros dos sistemas de Segurança Social públicos, universais e solidários, das poupanças e das pensões dos trabalhadores.

Instigação da confrontação e guerra

O PCP denuncia ainda que o Conselho Europeu insiste pela «enésima vez» no prolongamento da guerra que se trava na Ucrânia e procura obstaculizar a paz e a segurança colectiva na Europa. Por isso, salienta, a UE «lança-se vertiginosamente na instigação da confrontação e da guerra, rejeitando iniciativas que possam eventualmente abrir portas à urgente e necessária diplomacia, diálogo e resolução política do conflito».

A UE, acrescenta, fomenta o medo e acena com falsas ameaças «como pretexto para o salto qualitativo militarista que ambiciona, com a propaganda belicista, o aumento das despesas militares, a escalada armamentista, a mobilização de ainda mais significativos recursos para o complexo industrial-militar».

O PCP acusa que o Conselho Europeu de, fazendo a apologia do «rearmamento» da UE, escamotear que os países europeus que integram a NATO têm prevista uma despesa militar para 2024 de cerca de 457 mil milhões de dólares, 50% mais do que gastavam em 2014 e mais de três vezes o que o orçamento militar da Rússia prevê para este mesmo ano, cerca de 146 mil milhões de dólares. Os dados são do International Institute for Strategic Studies.

A cumplicidade da UE com a política genocida de Israel e a hipocrisia que demonstra face à situação na Síria são também denunciadas pelo PCP.

 



Mais artigos de: Europa

PCP propõe alargar até 2028 prazo do PRR

As comissões dos Orçamentos e dos Assuntos Económicos do Parlamento Europeu vão debater no dia 31 deste mês o alargamento do prazo para o cumprimento do PRR, por proposta de João Oliveira, deputado do PCP no PE.

Manifestação na Galiza contra projecto de fábrica de celulose

Milhares de pessoas protestaram no sábado, 22, na localidade de A Póvoa do Caraminhal, na província da Corunha, na Galiza, contra a política industrial do governo galego, em especial contra dois projectos previstos para a bacia do rio Ulla. Trata-se da construção de uma grande fábrica de celulose, da multinacional...

Defender a Segurança Social e as poupanças da especulação

No final de Janeiro a Comissão Europeia lançou a chamada «Bússola da Competitividade». Faz hoje uma semana, o Conselho Europeu deu gás a muito do que aí foi projectado. Em nome de um pretenso plano de revitalização económica das empresas e da indústria na «Europa», e para procurar contrariar o atraso cada vez mais...