Manifestação na Galiza contra projecto de fábrica de celulose

Milhares de pessoas protestaram no sábado, 22, na localidade de A Póvoa do Caraminhal, na província da Corunha, na Galiza, contra a política industrial do governo galego, em especial contra dois projectos previstos para a bacia do rio Ulla. Trata-se da construção de uma grande fábrica de celulose, da multinacional portuguesa Altri, em Palas del Rei (Lugo), e da reabertura da mina de cobre de Touro (Corunha).

Participaram no protesto, no povoado piscatório, trabalhadores dos sectores do mar, da agricultura, da pecuária, grupos ecologistas e forças políticas que se opõem ao Governo do Partido Popular (PP). No rio Ulla, cerca de meio milhar de embarcações fizeram soar as sirenes, em sinal de solidariedade com os manifestantes.

Apesar do mau tempo, os participantes não desmobilizaram e, à semelhança de outras concentrações e protestos realizados nos últimos meses, a manifestação reuniu cerca de 50 mil pessoas, segundo os organizadores. Os manifestantes entoaram diversas palavras de ordem, entre as quais «A água não se vende», numa referência ao facto de os dois projectos industriais, a mina e a fábrica de celulose, necessitarem de grandes quantidades de água para a sua actividade. Segundo a imprensa espanhola, a fábrica, cujo projecto ambiental foi há pouco aprovado pela Junta da Galiza, exigirá uma captação de água, do rio Ulla, de até 46 milhões de litros por dia, volume equivalente ao consumo actual de toda a província de Lugo.

O Bloco Nacionalista Galego (BNG) exige que o governo autonómico rectifique a sua posição sobre a fábrica de celulose, um projecto que qualifica como uma «bomba ambiental». Pediu à Junta que «escute o clamor da maré de dignidade dos milhares de pessoas» que se juntaram ao protesto, idos de toda a Galiza.

Entretanto, o BNG exigiu que o governo de Espanha não conceda quaisquer verbas públicas para a instalação da fábrica de celulose. «É o cúmulo termos que suportar um projecto altamente poluente no nosso país e ainda por cima financiá-lo com dinheiro público», advertiu no Congresso espanhol o BNG.

 

 



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