Paz e ambiente constituem prioridades do BRICS sob presidência do Brasil

As prioridades do Brasil na sua presidência rotativa do BRICS, ao longo de 2025, serão avançar as agendas já debatidas, como a paz e a preservação do meio ambiente, anunciou o presidente Lula da Silva.

Os BRICS continuarão a ser uma peça chave para que os objectivos da Agenda 2030, do Acordo de Paris e do Pacto para o Futuro possam ser cumpridos, assegurou o chefe do Estado do Brasil. A sua presidência «vai reforçar a vocação do grupo como espaço de diversidade e diálogo em favor de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas», indicou.

A reunião do grupo de 11 países, realizada no final de Fevereiro no Palácio de Itamaraty, em Brasília, serviu para apresentar as prioridades brasileiras durante o ano em curso. Entre as quais estão a cooperação em saúde, o financiamento de acções para combater as alterações climáticas, o comércio, o investimento, o uso de moedas locais em operações financeiras, a inteligência artificial (IA) e o desenvolvimento institucional do BRICS.

Para Lula da Silva, a cooperação na área da saúde é uma das maiores urgências do «Sul Global». Comunicou que será lançado um mecanismo de defesa da saúde no plano mundial e recordou que as experiências anteriores, como a pandemia de COVID-19, devem conter ensinamentos para os países. «A pobreza, a falta de acesso aos serviços básicos e a exclusão social são o terreno fértil para enfermidades como a tuberculose, a malária, o dengue e outras que, em conjunto, ameaçam cerca de 1700 milhões de pessoas no mundo», lembrou.

Insistiu que, durante o mandato brasileiro da Presidência do BRICS, pretende lançar uma associação para a eliminação de doenças socialmente determinadas e doenças tropicais negligenciadas. Alertou que o desacordo em torno do tratado sobre pandemias, inclusivamente depois da COVID-19, e a calamidade por mpox, atestam a falta de coesão no plano internacional face a ameaças graves. Denunciou que sabotar os trabalhos da Organização Mundial da Saúde é um erro com graves consequências. Ao mesmo tempo, destacou que a IA oferece oportunidades extraordinárias mas também desafios éticos, sociais e económicos. Nesse sentido, o Brasil propõe uma Declaração de Líderes sobre Governação das Inteligência Artificial para o Desenvolvimento.

Na reunião em Brasília participaram, além de representantes dos países fundadores do BRICS, delegados dos novos países membros – Etiópia, Irão, Egipto, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, assim como a Arábia Saudita, que ainda não formulou a sua adesão.

 



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