- Nº 2675 (2025/03/6)

Paz e ambiente constituem prioridades do BRICS sob presidência do Brasil

Internacional

As prioridades do Brasil na sua presidência rotativa do BRICS, ao longo de 2025, serão avançar as agendas já debatidas, como a paz e a preservação do meio ambiente, anunciou o presidente Lula da Silva.

Os BRICS continuarão a ser uma peça chave para que os objectivos da Agenda 2030, do Acordo de Paris e do Pacto para o Futuro possam ser cumpridos, assegurou o chefe do Estado do Brasil. A sua presidência «vai reforçar a vocação do grupo como espaço de diversidade e diálogo em favor de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas», indicou.

A reunião do grupo de 11 países, realizada no final de Fevereiro no Palácio de Itamaraty, em Brasília, serviu para apresentar as prioridades brasileiras durante o ano em curso. Entre as quais estão a cooperação em saúde, o financiamento de acções para combater as alterações climáticas, o comércio, o investimento, o uso de moedas locais em operações financeiras, a inteligência artificial (IA) e o desenvolvimento institucional do BRICS.

Para Lula da Silva, a cooperação na área da saúde é uma das maiores urgências do «Sul Global». Comunicou que será lançado um mecanismo de defesa da saúde no plano mundial e recordou que as experiências anteriores, como a pandemia de COVID-19, devem conter ensinamentos para os países. «A pobreza, a falta de acesso aos serviços básicos e a exclusão social são o terreno fértil para enfermidades como a tuberculose, a malária, o dengue e outras que, em conjunto, ameaçam cerca de 1700 milhões de pessoas no mundo», lembrou.

Insistiu que, durante o mandato brasileiro da Presidência do BRICS, pretende lançar uma associação para a eliminação de doenças socialmente determinadas e doenças tropicais negligenciadas. Alertou que o desacordo em torno do tratado sobre pandemias, inclusivamente depois da COVID-19, e a calamidade por mpox, atestam a falta de coesão no plano internacional face a ameaças graves. Denunciou que sabotar os trabalhos da Organização Mundial da Saúde é um erro com graves consequências. Ao mesmo tempo, destacou que a IA oferece oportunidades extraordinárias mas também desafios éticos, sociais e económicos. Nesse sentido, o Brasil propõe uma Declaração de Líderes sobre Governação das Inteligência Artificial para o Desenvolvimento.

Na reunião em Brasília participaram, além de representantes dos países fundadores do BRICS, delegados dos novos países membros – Etiópia, Irão, Egipto, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, assim como a Arábia Saudita, que ainda não formulou a sua adesão.