A China e a Rússia devem manter uma cooperação forte a todos os níveis, defendeu o presidente chinês, Xi Jinping, durante uma reunião com o secretário do Conselho de Segurança russo, Serguéi Shoigú, em Pequim, na semana passada.

Citado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Xi Jinping enfatizou também a necessidade de fortalecer ainda mais a coordenação sino-russa nos assuntos internacionais e regionais, a materializar plenamente o papel do BRICS e da Organização de Cooperação de Shangai, assim como a consolidar a unidade e a cooperação do «Sul Global».

Numa outra tomada de posição das autoridades chinesas garante-se que as tentativas dos EUA para semear discórdia entre a China e a Rússia estão condenadas ao fracasso. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, respondeu dessa forma às declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que afirmou que Moscovo depende demasiado de Pequim.

De acordo com o porta-voz chinês, os laços entre os dois países têm uma «sólida dinâmica interna» e não se vêem afectados por terceiros. Independentemente das mudanças na situação internacional, os vínculos bilaterais entre a China e a Rússia avançarão com confiança e estabilidade, acrescentou.

O governo chinês rejeitou ainda as ameaças dos EUA de impor novas tarifas aduaneiras de 10% a produtos importados da China, adicionais às tarifas de 10% já em vigor desde 4 de Fevereiro. O Ministério do Comércio comentou que a medida anunciada pela administração norte-americana é um acto de «transferência de responsabilidades» que não contribui para resolver os problemas internos dos EUA. Pelo contrário, essas tarifas aumentam a carga sobre as empresas e os consumidores norte-americanos, além de afectarem a estabilidade das cadeias globais de abastecimento. «Este tipo de comportamento é irresponsável e contraproducente», alertou.

Em resposta às primeiras tarifas de 10% impostas por Washington, a China aplicou tarifas adicionais até 15% a certos produtos importados dos EUA.