Comboios da CP não podem ser desviados para a Fertagus

O PCP divulgou, no dia 6, uma nota de imprensa onde denuncia a possibilidade, levantada pelo Governo e pela Fertagus, do «desvio» de comboios da CP para a concessionária, falsa solução para os problemas na ligação Setúbal-Lisboa.

Governo e Fertagus lançaram a «falsidade» de que comboios da CP estariam «encostados»

O Partido lembra que «os utentes da Fertagus estão confrontados com as consequências da concessão a uma empresa privada da travessia ferroviária sobre o Tejo, que recebe o dobro das compensações da CP (pelo passe Navegante), sem nunca ter comprado um único comboio», e referem que «o agravamento da situação ao longo da linha» atingiu um «nível insuportável».

No sentido de, aparentemente, solucionar a falta de oferta de material circulante na Margem Sul, o Governo e a empresa privada, denuncia o PCP, estão empenhados em «concretizar o desvio de mais comboios ao serviço da CP Lisboa para a Fertagus», lançando a «falsidade» de que esse material estaria «encostado».

«As doze unidades de dois andares (UQE 3500) da CP fizeram, uma a uma, a reparação de meio de vida, num processo agora concluído, com um custo total de 17,5 milhões de euros» e «estão a operar, estão modernizadas e são fundamentais para assegurar a actual oferta» na Margem Norte, sublinham os comunistas, frisando que «não podem ser retiradas do serviço».

Medidas necessárias

No sentido de dar resposta a estes problemas, o PCP apresentou, no mesmo dia 6, um projecto de resolução na Assembleia da República, onde recomenda ao Governo um conjunto de medidas necessárias nesta matéria.

Os deputados propõem que o Executivo diligencie, de imediato, a autorização para que a CP estenda o seu serviço à ligação Setúbal-Lisboa no eixo ferroviário Norte-Sul, «reforçando a oferta de transporte e servindo adequadamente as populações da região», e que oriente a empresa pública a realizar um plano que garanta a sua operação, «designadamente na ligação entre Lisboa e Coina/Fogueteiro, não excluindo outras opções».

A bancada comunista aponta, ainda, a importância de se «iniciar o processo com vista à integração da Fertagus na CP, garantindo uma gestão operacional integrada e reforçada, e permitindo o incremente e renovação da frota e da oferta naquele serviço entre Setúbal e Lisboa».

Utentes e trabalhadores denunciam
Os problemas sentidos na ligação ferroviária Setúbal-Lisboa (das carruagens sobrelotadas aos atrasos constantes) foram igualmente denunciados pela Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul, que dinamizou, no dia 7, uma acção de contacto na estação do Pragal.

Nessa iniciativa, a organização teve oportunidade de distribuir um comunicado onde denuncia as dificuldades de entrar nas carruagens na ligação Setúbal-Lisboa, os atrasos constantes nos comboios e, entre outros problemas, o facto de a Fertagus nunca ter alterado o seu serviço desde 1999, apesar do crescimento das regiões de Setúbal e Lisboa.

Também, nos últimos dias, diversas estruturas condenaram a possibilidade do «desvio» de material circulante da CP para a Fertagus, como foi o caso da União de Sindicatos de Setúbal (da CGTP-IN) e de um conjunto de 18 organizações representativas dos trabalhadores (ORT) do sector ferroviário.

 



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