Ataque à liberdade sindical no Público
A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) realizou intervenções inspectivas nas instalações de Lisboa e Porto do jornal Público, na sequência de solicitações nesse sentido do Sindicato dos Jornalistas, e tem em curso diligências para apurar os factos relacionados com o impedimento da actividade sindical no matutino detido pelo grupo SONAE.
Entre essas diligências está a audição de dirigentes sindicais e da comissão de trabalhadores que se encontravam ausentes no momento das inspecções realizadas, informou o gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em resposta à pergunta que o Grupo Parlamentar do PCP lhe dirigiu em finais de Novembro pedindo explicações sobre a violação da liberdade de acção sindical no Público.
Recorde-se que a administração daquele jornal impediu a realização de reuniões nas suas instalações com a participação de dirigentes sindicais, o que levou o deputado comunista António Filipe a interrogar o Governo sobre as medidas que tencionava adoptar para sancionar os responsáveis por aquela infracção e garantir a reposição da legalidade em situações futuras.
O sindicato informou por cortesia a administração da realização dessas reuniões, dado que se tratava do exercício normal da actividade sindical ao abrigo da lei, tendo os dirigentes sindicais sido surpreendidos pela decisão que os impediu de entrar nas instalações do Porto, enquanto em Lisboa foram mesmo expulsos da redacção e já depois de se ter iniciado a reunião.