Israel propaga morte pelo Médio Oriente

Israel continua a escalar a guerra, intensificando os ataques contra o Líbano e estendendo-os também à Síria. Na Faixa de Gaza, o genocídio continua, com violentos ataques no Norte e no centro do território a provocarem centenas de vítimas, para além do anúncio do reforço do criminoso bloqueio imposto à população palestiniana.

As forças da ONU estacionadas no Líbano foram atacadas por Israel

Em apenas uma semana, mais de 300 pessoas foram mortas no Norte da Faixa de Gaza, que volta a ser violentamente atacada pelas forças israelitas. Segundo as autoridades locais, cerca de 400 mil pessoas permanecem naquela zona, onde não entra qualquer ajuda humanitária desde o início do mês. Sobretudo em Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun, garantem, verifica-se uma «onda de assassinatos sistemáticos e um cerco total contra civis, especialmente crianças e mulheres».

Na madrugada de segunda-feira, Israel bombardeou um acampamento de deslocados palestinianos num complexo hospitalar junto a Deir el-Balah, no centro do território. Há notícia de mortos e dezenas de feridos, muitos deles com queimaduras graves. No sábado, um ataque a um campo de refugiados fez várias vítimas, entre as quais uma família de oito pessoas. No dia 9, o New York Times publicou um artigo que reúne testemunhos de 65 profissionais de saúde norte-americanos que trabalharam em Gaza, a maioria dos quais testemunhou a entrada de crianças nos hospitais com ferimentos de bala na cabeça – ou seja, premeditadamente executadas por atiradores israelitas.

Segundo as autoridades de Saúde de Gaza, mais de 42 000 pessoas morreram naquele território desde Outubro de 2023. Para cima de 11 000 estão ainda desaparecidas, muitas das quais provavelmente mortas.

Na Cisjordânia, os últimos dias foram marcados por ataques de colonos e militares israelitas contra agricultores palestinianos e suas casas, durante as colheitas de azeitonas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina denunciou os ataques, o roubo de azeitonas, a queima e abate de centenas de oliveiras e o impedimento de acesso às terras por parte dos agricultores. Trata-se, garantiu, de «terrorismo de Estado organizado no âmbito da campanha de limpeza étnica e alargamento da ocupação, destinada a impedir o estabelecimento de um Estado palestiniano».

Líbano e Síria

No Líbano, os bombardeamentos israelitas provocaram em duas semanas 2200 mortos e mais de 10 mil feridos, sobretudo no Sul do país e nos arredores da capital, Beirute. Porém, nos últimos dias os ataques visaram também o Norte do Líbano, nomeadamente a vila de Aitou, de maioria cristã.

À semelhança do que fez e faz em Gaza, também no Líbano as forças israelitas lançam ultimatos às populações para que abandonem as suas casas. No sábado, essa exigência foi feita aos habitantes de mais de 20 localidades, que se deveriam deslocar para o norte do rio Awali. Neste momento há no Líbano mais de um milhão de deslocados, muitos dos quais a viver e a dormir nas ruas da capital. Só à província síria de Homs chegaram nos últimos dias mais de 100 mil pessoas, libanesas e sírias, para fugirem aos bombardeamentos e à invasão israelitas.

Alvo dos ataques de Israel tem sido também a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), estacionada no Sul do país. No domingo, tanques israelitas irromperam por uma base da UNIFIL, ferindo alguns militares, dias após outros membros da força da ONU terem sido feridos. Perante estes ataques, que suscitaram amplas críticas no plano internacional, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu pediu cinicamente ao Secretário-Geral das Nações Unidas para retirar as forças do Líbano.

Israel voltou a bombardear a Síria na semana passada, com o lançamento de três mísseis sobre o bairro de Mezzeh, em Damasco. Sete pessoas morreram, incluindo crianças, e outras 11 ficaram feridas.

Condenação

O Grupo de Amigos em Defesa da Carta das Nações Unidas, que reúne países vítimas de sanções do imperialismo, condenou os ataques de Israel contra o Líbano, considerando que violam de forma flagrante a Carta das Nações Unidas e princípios e normas fundamentais do direito internacional.

Os países realçam a importância de respeitar a integridade territorial e a soberania dos Estados e manifestam-se preocupados pelas tentativas constantes de Israel para alastrar a guerra a todo o Médio Oriente.

 



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