Greve de enfermeiros confirmou descontentamento e urgência

Com a ele­vada adesão à greve de dia 10 e à ma­ni­fes­tação em Lisboa, os pro­fis­si­o­nais de en­fer­magem evi­den­ci­aram que a ne­go­ci­ação do Ca­derno Rei­vin­di­ca­tivo tem de ser feita com ver­da­deira pri­o­ri­dade.

A agenda do Go­verno não condiz com as ne­ces­si­dades do SNS e dos pro­fis­si­o­nais

«Para o Go­verno e Mi­nis­tério da Saúde, ao con­trário do dis­curso pu­bli­ca­mente pro­pa­lado, os pro­fis­si­o­nais de Saúde e, de­sig­na­da­mente, os en­fer­meiros, não cons­ti­tuem ne­nhuma pri­o­ri­dade, no que res­peita à so­lução dos seus co­nhe­cidos pro­blemas» – afirma-se na moção apro­vada no Campo Pe­queno e, de­pois, le­vada em ma­ni­fes­tação até à sede da tu­tela, na Ave­nida João Cri­sós­tomo.

Duas se­manas antes, no final de uma reu­nião com a mi­nistra, o pre­si­dente do Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses tinha su­bli­nhado que estes pro­fis­si­o­nais «querem res­postas muito mais cedo». A tu­tela tinha mos­trado «von­tade de con­ti­nuar a ne­go­ciar, para fixar em pro­to­colo ne­go­cial as ma­té­rias». Mas re­meter isto para fi­nais de Maio «não é com­pa­tível com a ur­gência que os en­fer­meiros têm», cri­ticou José Carlos Mar­tins, a 26 de Abril.

Na moção, re­corda-se que o SEP/​CGTP-IN en­viou o Ca­derno Rei­vin­di­ca­tivo ao Mi­nis­tério a 3 de Abril. Mas, nem na reu­nião de 26 de Abril, nem de­pois, a tu­tela re­jeitou tratar do pro­to­colo que fixa as ma­té­rias a ne­go­ciar e o ca­len­dário das reu­niões, em­pur­rando essa fase para 24 ou 27 de Maio, «o que é inad­mis­sível».

De­pois de as­si­nalar que, re­la­ti­va­mente a ou­tros sec­tores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, já foram en­tre­gues aos sin­di­catos as pri­meiras pro­postas, de­correm ne­go­ci­a­ções e o en­cer­ra­mento destas é pers­pec­ti­vado para fi­nais deste mês, con­clui-se que «basta de dis­cri­mi­na­ções e in­jus­tiças, de sermos mal­tra­tados e des­res­pei­tados». Os en­fer­meiros ga­rantem que «vamos con­ti­nuar a lutar, exi­gindo que na pró­xima reu­nião com o Mi­nis­tério da Saúde seja ne­go­ciado e fi­xado o Pro­to­colo Ne­go­cial» e que este «con­sagre» dez me­didas pri­o­ri­tá­rias. Estas, de­ta­lhadas na moção, dizem res­peito a con­tagem de pontos, car­reira pro­fis­si­onal, re­cru­ta­mento e har­mo­ni­zação de con­di­ções.

Na jor­nada de luta – que se in­te­grou na ce­le­bração do Dia In­ter­na­ci­onal do En­fer­meiro (12 de Maio) – a so­li­da­ri­e­dade do PCP foi trans­mi­tida por Paula Santos, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral e de­pu­tada, e Ber­nar­dino So­ares, do CC. A de­le­gação rei­terou o com­pro­misso do Par­tido na acção pela de­fesa e o re­forço do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde e pela va­lo­ri­zação dos seus pro­fis­si­o­nais.

 

Hos­pi­ta­li­zação pri­vada com greve dia 24

Para exigir o início de ne­go­ci­a­ções da re­visão do con­trato co­lec­tivo de tra­balho ce­le­brado com a As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Hos­pi­ta­li­zação Pri­vada, o SEP con­vocou greve para dia 24, sexta-feira da pró­xima se­mana, abran­gendo os pe­ríodos de manhã e tarde. Foram ainda con­vo­cadas con­cen­tra­ções junto de hos­pi­tais, de­sig­na­da­mente: Hos­pital da Luz, em Lisboa, Hos­pital da CUF, em Coimbra, e Hos­pital dos Lu­síada, no Porto.

Para me­lhorar as con­di­ções de tra­balho e de vida dos en­fer­meiros, o SEP pre­tende fixar no con­trato co­lec­tivo uma com­pen­sação pelo tra­balho por turnos e des­fa­sados, a va­lo­ri­zação das «horas pe­nosas», um au­mento sa­la­rial para todos e um ho­rário se­manal de 35 horas, para além de ou­tras ma­té­rias que constam na pro­posta que apre­sentou há mais de quatro meses à APHP.



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