PCP-PEV quer reforço dos transportes públicos e passe nos 20 euros
O reforço dos transportes públicos é crucial para garantir a mobilidade da população, em condições de rapidez e conforto, defendeu, dia 10, no Montijo, o Secretário-Geral do PCP, para quem é urgente uma nova redução do preço do passe.
Carris Metropolitana é enorme conquista da população
«Esta é uma luta e um objectivo do qual não vamos abdicar e que as populações também não vão deixar cair», assegurou Paulo Raimundo, afirmando saber bem «o que custou a redução significativa dos preços dos passes, uma luta que muitos diziam ser impossível vencer».
Luta das populações, aliada à intervenção do PCP, que levou de vencida esse objectivo. E por isso o líder comunista considerou que, ontem como hoje, «será esta mesma força das populações, será pela proposta, pela iniciativa e pela persistência do PCP e da CDU que vamos conseguir um sistema assente em empresas públicas capazes de oferecer um serviço de qualidade e progressivamente gratuito e, no imediato, reduzir o preço do passe para os 20 euros».
Este foi um dos temas fortes que preencheu a intervenção do Secretário-Geral neste jantar que reuniu no Clube Desportivo Unidos do Montijo, em ambiente de fraternal confraternização e grande confiança, cerca de oito dezenas de activistas e apoiantes da CDU.
O mote mobilidade e transportes no Montijo e na Área Metropolitana de Lisboa tinha sido já dado por Nuno Catarino, que dirigiu a mesa, ao sublinhar a «grande conquista» que foi a criação do passe intermodal e que significou nos últimos anos «o maior aumento no rendimento das famílias».
No entender do dirigente concelhio do PCP - que estava acompanhado na mesa, para além de Paulo Raimundo, por Armindo Miranda, da Comissão Política, pelos membros de órgãos concelhios, regionais e nacionais Cátia Veiga, Alexandre Balreira, Suzana Cunha e Luís Barata -, não obstante a enorme conquista que é a Carris Metropolitana, não pode ignorar-se que «persistem problemas em vários concelhos», concretamente, no caso do Montijo, a «ligação com o Cais do Seixalinho». O que, explicou, é devido ao facto de se ter mantido parte do sistema em mãos de privados, ou seja, «empresa privadas a explorar a operação», solução a que o PCP sempre se opôs.
Exigir explicações
Abordada com desenvolvimento por Paulo Raimundo foi também a realidade que decorre do euro, da integração europeia e da escalada da guerra. Recusando «discussões simplistas e deturpadas» sobre estas matérias, garantiu que, no que depender do PCP, «nem as imposições da UE, nem a política de direita de sucessivos governos serão escondidas ao povo».
«Os que todos os dias nos vendem a inevitabilidade do actual rumo vão mesmo ter de explicar onde vão cortar 2,8 mil milhões de euros de despesa pública já no próximo ano, para satisfazer as novas regras orçamentais, votadas por PS, PSD, CDS, e com as quais Chega e IL estão de acordo», sublinhou, antes de realçar que idênticas explicações terão de dar quanto às «altas taxas de juro impostas pelo BCE», quanto aos «crimes económicos, as negociatas e a corrupção associada às privatizações» e quanto às «opções que amarram o País aos baixos salários e pensões, à injustiça fiscal e aos offshores que a UE protege».
Debate sério sobre a UE
No domingo, Paulo Raimundo esteve ainda num almoço em Sobral de Monte Agraço, onde denunciou as negociatas associadas às privatizações como «crimes económicos incentivados pela UE», dando como exemplo mais flagrante (e recente) o caso da ANA.
Para o Secretário-Geral, há forças que, ao contrário da CDU, pretendem «falsificar o debate nestas eleições» em relação à UE, de modo a evitar «um debate sério e profundo sobre as consequências das opções da UE» no nosso País. Cláudia Soares, da Comissão Concelhia, interveio, ainda, para salientar a importância do trabalho das autarquias da CDU.