Os lucros sobem e a caravana passa
A campanha eleitoral aproxima-se do fim. O quadro mediático em que esta decorre é marcado por uma ampla promoção da direita, dos seus valores e também dos seus principais protagonistas, como suposta alternativa ao PS, cuja maioria absoluta correspondeu inteiramente aos interesses dos grupos económicos.
Esta falsa bipolarização tem sido o principal seguro de vida da política de direita e em nada é afectada pela também visível promoção do Chega. Um quadro que se completa com a descarada tentativa de desvalorização, caricatura e silenciamento da CDU, onde, confundindo desejos com a realidade, vale tudo, incluindo a instrumentalização de sondagens ou o sistemático recurso ao comentário político baseado no anticomunismo.
Estamos perante um combate difícil, desigual, e que reclama uma enorme determinação e coragem da nossa parte.
Paralelamente, a vida dos trabalhadores e do povo prossegue com o cortejo de injustiças às quais a CDU tem procurado dar destaque, particularmente ao flagrante contraste entre um país de baixos salários e pensões e os lucros fabulosos que os grupos económicos estão a apresentar. É o caso dos principais bancos nacionais – ainda esta semana o BCP anunciou que quadruplicou os lucros em 2023, atingindo os 856 milhões de euros – mas também da EDP, que atingirá lucros bem acima dos mil milhões, da grande distribuição, dos combustíveis ou das telecomunicações.
Registe-se que contrariamente ao escrutínio que é feito a propostas que visem responder a salários e direitos, em que se pergunta sempre quanto custa, os lucros dos grupos económicos e das multinacionais passam incólumes aos olhos daqueles que estão sempre a dizer que as propostas da CDU são irrealistas. Mais, a generalidade da comunicação social alinha com a ideia de que é ainda preciso dar ao grande capital mais benefícios fiscais, mais fundos comunitários, mais privatizações ou parcerias público-privado.
O grande capital olha para estas eleições como uma oportunidade para consolidar o seu domínio sobre a vida do País, é isso que visam sobretudo quando apontam todas as baterias ao PCP e à CDU. É por isso que cada voto na CDU é tão importante. Para combater as injustiças e a exploração, para abrir caminho a uma vida melhor, para cumprir Abril.