Central de manipulação eleitoral

Carlos Gonçalves

Seria expectável que na acção da Central de comando e contra-informação, «estado maior» dos média dominantes, dos «opinadores» da mistificação e das forças sociais e políticas ao serviço do capital financeiro, centro difusor dos elementos ideológicos e políticos das campanhas de submissão e anticomunistas, neste quadro eleitoral e de reorganização da Central do Governo PS (uma das suas componentes), fossem mais evidentes as diferenças internas de orientação.

Mas não, a organização, experiência, sofisticação e meios da Central de contra-informação garante que os elementos de intervenção continuam articulados para alcançar os seus objectivos de classe, e que mesmo quando não são unânimes convergem no mesmo desígnio. A Central funciona hoje como comando de manipulação eleitoral, para aprofundar a política de direita (desta ou de outra forma) e impedir o avanço do PCP e da CDU, o único caminho para travar e reverter a degradação da situação do País.

Por acção da Central de contra-informação, mas não só, os média dominantes, forças da política de direita e «cucos», no fundamental, abusam do anticomunismo conforme os seus interesses: na mentira da posição do PCP sobre a guerra e a paz, sobre o seu património, os quadros, a sua prestação comunicacional e as propostas para melhorar a vida dos trabalhadores e do povo, visam assim criar um muro de preconceito; nas chamadas «sondagens», em que cavalgam a «informação espectáculo», que manipula «não respondentes» em pretensos votos de bipolarização ou «tripolarização» e sempre numa quebra acentuada da CDU, que as votações recentes desmentem, visam criar o desânimo e a abstenção de democratas e patriotas; nos média dominantes, em que persiste a ocultação e mistificação da CDU e, mesmo nos debates, em que (além dos que não querem debater com o PCP), há «pivots» que são meros provocadores contra os comunistas e há sempre comentadores ao serviço de PS, AD, Ch, IL, que visam ocultar, condicionar, amedrontar e diminuir o PCP e a CDU.

Não o conseguirão. Com a luta, o esclarecimento e o voto, PCP e CDU sairão reforçados das eleições legislativas de 10 de Março. Por um Portugal com futuro.




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