No trilho dos valores de Abril o povo é quem mais ordena

Em Serpa, Sines e Grândola, o Secretário-Geral do PCPpropôso aumento geral dos salários para enfrentar o custo de vida, e em Pias um aumento das pensões em 7,5 por cento com um mínimo de 70 euros.

«É na CDU que está a esperança»

Foi na terra e ao som da «Grândola, vila morena; Terra da fraternidade; O povo é quem mais ordena; Dentro de ti, ó cidade», que terminou, quinta-feira, 8, o périplo do Secretário-Geral do PCP pelo Litoral Alentejano. O Grupo Coral com o nome do hino da Revolução fez-se acompanhar por um imenso coro, com mais de uma centena de pessoas, que participavam num jantar-comício, no Parque de Feiras e Exposições de Grândola, até porque, como disse José Gomes Ferreira, «Nunca vi um alentejano a cantar sozinho». Antes, interpretaram mais dois temas: «Há lobos sem ser na serra» e «Hino dos mineiros», sempre actuais.

Quando se comemoram 50 anos do 25 de Abril, «um dos maiores feitos da nossa história colectiva», Paulo Raimundo sublinhou a «actualidade e o futuro» que representam «os valores de Abril e a força do seu protagonista: o povo». «Abril demonstra que o nosso povo é capaz de se libertar de todas as amarras e que é capaz de todas as transformações, por muito poderosos que sejam aqueles que o exploram e oprimem», destacou. «É esta força» que «temem» e «atacam», mas que «é capaz de colocar o País no trilho de onde nunca deveria ter saído», afiançou.

«Abril é referência, inspiração e projecto que se reflecte nas nossas propostas [da CDU] e programa. É na Revolução, na Constituição [da República] e nos valores de Abril que está o presente e o futuro de Portugal», afirmou o Secretário-Geral do PCP, assegurando: «É aqui que estão as respostas e as soluções para aumentar salários e pensões, para salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), para garantir o acesso à habitação, para a criação e fruição cultural, para responder aos direitos dos pais e das crianças, para enfrentar de vez as negociatas, o compadrio e a corrupção». Por isso ser tão importante «levar por diante a vida melhor a que temos direito» e votar na CDU.

Bandeiras de luta
O comício, apresentado por Ana Teresa Vicente, mandatária regional da lista da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal [que integra parte do Litoral Alentejano], contou ainda com a participação de António Figueira Mendes, presidente da Câmara Municipal de Grândola, Albano Mestre, Dinis Silva, Sandra Garcia, Catarina Menor, Susana Espada, candidatos da CDU, João Carvalho, da Comissão Política da JCP, André Martelo, do Comité Central (CC) do PCP e responsável da Direcção da Organização Regional do Litoral Alentejano, Ângelo Alves, da Comissão Política do CC do PCP e responsável da Direcção Regional do Alentejo, e Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado do CC do PCP.

A cabeça de lista da CDU, Paula Santos, da Comissão Política do PCP, e Heloísa Apolónia, também candidata, da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes», foram igualmente chamadas ao palco.

Na terra da fraternidade, António Figueira Mendes anunciou que todas as freguesias do município vão ter «uma peça de arte pública» no âmbito das comemorações do 25 de Abril. Neste concelho está a ter lugar um vasto programa comemorativo, com concertos, exposições, espectáculos e cinema, entre outros momentos.

Susana Espada acusou o Governo PS de não ter concretizado «uma série de investimentos que são fundamentais para o desenvolvimento da região». Como exemplo, referiu que «em 2022 tínhamos na região 11 mil utentes sem médico de família. Actualmente são 25 mil os utentes nessa situação.»

Propostas para a região
Paula Santos avançou com propostas para a região, que passam, entre muitas outras, por fixar profissionais de saúde; requalificar o IC1; concluir o IP8; maior aproveitamento e armazenamento da água para combater a seca; investir nos transportes públicos.

«Porque é que o Governo não concretizou a proposta [apresentada pelo PCP] para promover a requalificação e reabertura do serviço regional e inter-regional de transporte ferroviário no Alentejo Litoral e distrito de Setúbal?», interrogou a candidata, reportando outrosprojectos que foram metidos na «gaveta», como a «abertura do SAP de Grândola 24 horas por dia» ou a «necessidade de proteger a costa Litoral do concelho de Grândola e assegurar a sua acessibilidade às populações», controlando «o crescimento desmesurado dos grandes empreendimentos turísticos».

«A solução para o desenvolvimento do território, para o investimento público, para elevar as condições de vida das populações, é o voto na CDU», garantiu, avançando com mais«bandeiras de luta», nomeadamente: promover a produção nacional; investir na reindustrialização, na agricultura e pesca; defender a soberania alimentar; apoiar as pequenas e médias empresas; criar emprego com direitos.

Heloísa Apolónia sublinhou que «o crescimento da CDU é absolutamente fulcral para gerar a mudança no País» e que é possível voltar a «eleger» e «erguer» a voz do PEV «a favor da justiça ambiental e social», que tanta falta faz à Assembleia da República (AR). «É fundamental que todos nós sejamos porta-vozes das propostas e da esperança que a CDU comporta» e «esclarecer as pessoas que as eleições [legislativas] não são para votar em nenhum primeiro-ministro mas para 230 deputados para a AR». «Quanto mais força tiverem os partidos que compõem a CDU [o PCP e o PEV], maior poder de influência teremos nas políticas parlamentares e governativas. Sem a CDU não há mudança de políticas em Portugal», frisou a candidata, terceira na lista.

 

Defender os direitos e interesses dos trabalhadores

O Secretário-Geral do PCP, acompanhado por Paula Santos e outros candidatos e activistas da CDU, participou, quinta-feira, numa acção de contacto com os trabalhadores da Refinaria da GALP em Sines. Tendo em conta que esta empresa apresentou em 2023 lucros de 937 milhões de euros (mais de 2,5 milhões de euros de lucros por dia), defendeu um aumento «significativo» dos salários daqueles trabalhares, na ordem dos 250 euros.

Para a CDU, a nacionalização da GALP é um caminho central para assegurar que a transição energética é concretizada e para a salvaguarda dos postos de trabalho. Considera também que o encerramento da Refinaria de Matosinhos foi um crime económico e social cujas consequências ainda se fazem sentir, com muitos trabalhadores ainda em acções de formação após dois anos de atraso e que na generalidade servirá apenas para propaganda do Governo do PS.

Riqueza mal distribuída
Dia 7 de Fevereiro, nos Estaleiros Municipais da Câmara de Serpa, o Secretário-Geral do PCPreafirmou o compromisso de «honra» da CDU com quem «põe o País a funcionar» e, por isso, «tem direito a uma vida melhor», com salários dignos.

«Não vale a pena virem com a conversa de que não há dinheiro. O que o País não aguenta é que haja três milhões de trabalhadores a ganhar até mil euros de salário bruto por mês», salientou, explicando que a «riqueza está é mal distribuída». Deu dois exemplos: «No Orçamento do Estado, alcançou-se um excedente orçamental de 4,3 mil milhões de euros, que saiu das escolas, dos centros de saúde, dos médicos que não se colocaram no Serviço Nacional de Saúde, dos salários. Dinheiro que vai direitinho para os cofres da banca» e «por cada dia que passa, cinco ou seis grupos económicos concentram nos seus bolsos 25 milhões de euros de lucros».

Também por isso, «é preciso que cada um se mobilize e mobilize outros para eleger João Dias» [primeiro da lista no distrito de Beja], a voz dos trabalhadores e da população do distrito de Beja na Assembleia da República.

 

Há condições para aumentar reformas e pensões

Em Pias, num almoço no Salão Polivalente, Paulo Raimundo assegurou que é possível aumentar, em 2024, as reformas e as pensões em 7,5 por cento, num mínimo de 70 euros. Um valor que representa mais 1600 milhões de euros do que o Governo PS decidiu para os aumentos deste ano, que é exactamente o mesmo valor que vai entregar em benefícios fiscais aos grupos económicos.

Numa outra temática que está na ordem do dia, o dirigente acusou PS, PSD, CDS, Chega e IL de estarem ao serviço da União Europeia e do agronegócio e serem cúmplices da destruição de mais de 400 mil explorações agrícolas em Portugal. Neste sentido, considerou que os agricultores têm «razões fundas» para exigir o escoamento dos produtos com preços justos pagos à produção e ver travada a expansão desenfreada das culturas superintensivas.

Com o Secretário-Geral comunista estiveram João Efigénio Palma, presidente da Câmara Municipal de Serpa, Gilberto Guerreiro, mandatário distrital, os candidatos Helena Costa Pais, Elsa Dores, Tomé Pires e João Dias(cabeça de lista), e Manuel Valente, responsável pela Organização Regional de Beja do PCP.

Tomé Piresrecordou que a maioria absoluta do PS ficou marcada por uma «instabilidade permanente» assente num conjunto de trapalhadas e no «reforço das políticas de direita», que resultaram na diminuição «dos serviços públicos» e da «qualidade de vida dos portugueses».

Por seu lado, João Diasapelou à «força» de todos, novos e velhos, para divulgar aquelas que são as propostas e o projecto da CDU até ao dia 10 de Março. «Se não reforçarmos aqueles que nos defendem, teremos muitas dificuldades em garantir um futuro melhor para os nossos filhos e netos», sublinhou o candidato.

 



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