Eleições na Madeira são acto clarificador
O PCP defende eleições antecipadas na Região Autónoma da Madeira como «acto clarificador» para a situação política aberta com as suspeitas de corrupção envolvendo o próprio presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
Impõe-se devolver a palavra ao povo da Região Autónoma da Madeira
Os comunistas transmitiram a sua posição ao representante da República na região, Ireneu Barreto, no passado dia 8. Em afirmações aos jornalistas, após o encontro, o coordenador regional do PCP, Edgar Silva, foi taxativo ao salientar que «nós defendemos que tem que haver eleições. Não há negociações, há eleições». Para o dirigente comunista, impõe-se «devolver a palavra ao povo», pois é dele que, em democracia, exerce a soberania. «Depois logo se verá», acrescentou.
O PCP e a CDU, prosseguiu Edgar Silva, não têm medo do voto do povo e defendem uma «saída clarificadora» para o que chamam de «quadro pantanoso» criado pelas investigações, no âmbito das quais foram constituídos vários arguidos: os presidentes do Governo Regional e da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque e Pedro Calado (que já renunciaram aos respectivos cargos) e os empresários do sector da construção civil Avelino Farinha e Custódio Correia.
Edgar Silva acusou os partidos que sustentam a maioria na Assembleia Regional (PSD, CDS e PAN) de provocarem um «sentimento generalizado de que não há legitimidade política» e de serem incapazes de «apontar um rumo para uma vida melhor» para quem vive e trabalha no arquipélago. O povo, concluiu, «merecia outra dignidade» e «outros protagonistas».