Grandes manobras da NATO na Europa aumentam «risco de incidentes militares»

Arrancaram em finais de Janeiro e prolongam-se até Maio, na Europa, as maiores manobras militares da NATO realizadas desde o final da “Guerra Fria”, há mais de 30 anos, assim anunciadas por este bloco político-militar belicista.

Os exercícios, denominados «Defensor Firme 2024», decorrem nos territórios da Alemanha, Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia, com a participação de 90 mil efectivos de 31 países membros e, ainda, da Suécia, cujo processo de admissão no bloco político-militar não foi concluído. Mais de 50 navios – incluindo porta-aviões – participarão nos exercícios, assim como 80 aviões de guerra, helicópteros e drones, além de 1100 carros de combate, incluindo 133 tanques e 533 veículos de infantaria.

Esta segunda edição das manobras «Defensor Firme» (a primeira teve lugar em 2021, com envergadura muito menor) tem por objectivo ensaiar uma planificação e meios visando um confronto com a Rússia.

Ora, eventos desta magnitude aumentam significativamente o risco de incidentes militares e desestabilizam ainda mais a situação no plano da segurança na Europa, o que é demonstrativo de que os interesses da segurança europeia pouco importam aos que mandam na NATO.

A preparação destes exercícios decorreu, aliás, num ambiente de «psicose militar», de que são exemplo as recentes declarações do ministro da Defesa da Alemanha, do comandante-chefe das forças armadas da Suécia e do chefe do Comité Militar da NATO, segundo as quais a Europa necessitaria de preparar-se para uma hipotética guerra com a Rússia.

Os objectivos do ressurgimento da histeria da «ameaça russa» são claros: pretende-se, assim, «demonizar a Rússia» e justificar uma nova e acelerada corrida aos armamentos pelos europeus e o crescimento descontrolado de gastos militares, com vantagens claras para a indústria militar norte-americana.

 



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