Perante a enorme campanha de mentiras, desinformação e calúnias que o imperialismo lançou contra a Revolução cubana, que acabava de triunfar, Fidel Castro convocou em 1959 a Operação Verdade para denunciar essas campanhas mediáticas. Foi considerada a maior conferência de imprensa do mundo na época, ao reunir cerca de 400 jornalistas estrangeiros, que escutaram o testemunho da realidade do processo revolucionário cubano.

Nessa grande reunião, também foi destacada a necessidade da América Latina e das Caraíbas terem voz própria, num cenário de informação dominado por grandes monopólios da comunicação social, constituindo-se esta conferência no embrião da agência de notícias latino-americana Prensa Latina, nascida cinco meses depois, em 16 de Junho.

Evocando o 65.º aniversário dessa Operação, a Prensa Latina (em colaboração com a agência de notícias libanesa Al Mayadeen), convocou uma nova «operação» que denominou Nova Operação Verdade – de Cuba para o Mundo, para debater os desafios das notícias falsas, da comunicação nos tempos actuais e da necessidade de uma Nova Ordem Mundial da Informação. Esta iniciativa foi realizada em Havana, de 21 a 23 de janeiro de 2024 e nela participaram ministros da área da informação, representantes de órgãos da comunicação social, jornalistas e personalidades convidadas pela Prensa Latina, oriundas de 34 países dos quatro cantos do mundo.

Os participantes discutiram temas como «A notícia em tempos de Internet, redes sociais e fake news, uma aproximação multidimensional», «As agências de notícias na era hipermedial: do despacho cablegráfico à notícia multimédia» ou a «Nova ordem mundial da informação, desafio pendente no século XXI».

O Avante! esteve presente
A convite da Prensa Latina, o Avante! participou nesta iniciativa, através do seu director, Manuel Rodrigues, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP. O dirigente comunista interveio no último dos temas indicados, relevando a importância da iniciativa, expressando a solidariedade do Partido Comunista Português ao Partido Comunista de Cuba, à Revolução e ao povo cubanos, bem como ao povo palestiniano e a todos os povos que lutam para se libertar da ingerência e do domínio do imperialismo, pela paz, a soberania, o desenvolvimento e o progresso social.

Sublinhou ainda que, perante este mundo desigual, desumano e injusto, em que os centros ideológicos do capital monopolista fazem da mentira, da manipulação, da desinformação e da calúnia um instrumento ao serviço da exploração e da acumulação da riqueza, «está colocado aos comunistas, aos antifascistas, aos democratas e patriotas, a todos aqueles que se opõem e resistem ao domínio do capitalismo e do imperialismo, desenvolver, potenciar, intensificar os esforços e a cooperação para criar uma informação e uma comunicação social que combatam o pensamento único que nos querem impor, que estejam ao serviço da democracia e da causa da emancipação social e nacional, uma informação ao serviço da paz, da cooperação e da amizade, uma informação independente do capital, ao serviço dos trabalhadores e dos povos.»

E reiterou que, na batalha das ideias em que o mundo está mergulhado, «a informação de verdade ajuda não só a interpretar o mundo, mas é também estímulo e orientação para a acção – que, articulada com a acção das organizações comunistas, revolucionárias, progressistas, anti-imperialistas e com a luta das massas populares, se constitui num instrumento poderoso ao serviço da sua transformação».