Mais de 22 mil mortos e 57 mil feridos na agressão de Israel à Faixa de Gaza

Mais de 22 mil mortos e de 57 mil feridos palestinianos, a maioria crianças e mulheres e crianças, em consequência dos quase três meses de indiscriminados bombardeamentos e ataques israelitas contra a população palestiniana na Faixa de Gaza, que continuam.

Telavive prossegue a sua guerra genocida contra o povo palestiniano

Entretanto, prosseguem o cerco ao território, ameaçando com a fome milhares de pessoas, a destruição de habitações, hospitais, escolas, edifícios religiosos, históricos, museus e outras infra-estruturas civis, o aumento de repressão na Cisjordânia ocupada e as agressões das forças israelitas a países vizinhos como o Líbano e a Síria. Toda esta barbárie com o apoio dos EUA e aliados.

Os intensos ataques israelitas contra o centro e o sul da Faixa de Gaza causaram, na quarta-feira, 3, dezenas de mortos e feridos, incluindo mulheres e menores de idade.

De Ramala, a agência noticiosa Wafa informou que os mais recentes bombardeamentos ocorreram contra habitações na cidade de Rafah, no sul, e edifícios perto de uma escola da ONU no campo de refugiados de Al-Maghazi. Aviões israelitas também destruíram vários edifícios de apartamentos no campo de refugiados de Nuseirat e bombardearam bairros da cidade de Khan Yunis.

O exército ocupante efectuou em Khan Yunis incessantes bombardeamentos contra zonas residenciais da cidade, . A sede local do Crescente Vermelho Palestiniano foi atacada pela terceira vez em menos de uma semana. Rafah, sobrepovoada depois de acolher centenas de milhares de refugiados, continuava sob fogo da artilharia e aviação israelita.

 

Números do terror

Militares e colonos israelitas mataram pelo menos 22.404 palestinianos em 2023, o número anual mais elevado desde 1948.

O Gabinete Central de Estatísticas (GCE), em Ramala, assinalou que começou o novo ciclo da agressão israelita, perderam a vida 22.141 palestinianos nos territórios ocupados, a imensa maioria na Faixa de Gaza. Os números incluem cerca de 9000 crianças e 6450 mulheres. O GCE revelou que os militares e polícias israelitas assassinaram também mais de uma centena de jornalistas.

No final de 2023, cerca de 7800 palestinianos continuavam nas prisões israelitas, incluindo 76 mulheres e 260 menores de idade.

Segundo a mesma fonte, mais de 745 mil colonos judeus vivem na Cisjordânia e na zona ocupada de Jerusalém Oriental.

Abordando a situação demográfica, o GCE explica que o número total de palestinianos ultrapassou os 14,6 milhões em todo o mundo, dos quais 5,5 milhões vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

 

Planos de anexação

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina condenou, no dia 2, declarações de vários altos responsáveis israelitas sobre planos anexionistas para a Faixa de Gaza. Rejeitou, em comunicado, as palavras do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu e dos ministros da Segurança Nacional, Itamar Bem Gvir, e das Finanças, Bezalel Smotrich, conhecidos pelas suas posições de extrema-direita e anti-árabes.

Se o primeiro se gabou de que impediria o regresso dos palestinianos ao norte da Faixa de Gaza, os outros dois defenderam a deslocação forçada dos habitantes do território para outros países árabes e o retorno dos colonos judeus.

«Esses comentários confirmam as denúncias sobre os verdadeiros objectivos da agressão israelita, que se resumem em desfazer-se de qualquer maneira da população da Faixa de Gaza», sublinha o texto. Mais: esse plano explicaria o interesse do Governo israelita em prolongar a guerra e aumentar a escala dos massacres para facilitar a deslocação forçada da população palestiniana».

A Autoridade Palestiniana alertou que o governo israelita tenciona replicar essa política na Cisjordânia. E apelou à «comunidade internacional», em especial aos EUA, para «rejeitar estas posições racistas e extremistas, assim como o terrorismo, o genocídio e a repressão» contra o povo palestiniano.

Entretanto, no Líbano, o Hezbolá garantiu que responderá ao assassinato do vice-chefe do movimento palestiniano Hamas, Saleh Al-Arouri, e de outros dirigentes, num ataque aéreo israelita perpetrado no dia 2, nos subúrbios de Beirute. O movimento libanês garante que o ataque constitui uma «agressão perigosa contra o Líbano, a sua segurança, soberania, povo e resistência». O governo provisório do Líbano apresentará queixa no Conselho de Segurança da ONU devido aos constantes ataques e violações israelitas contra a soberania nacional libanesa.

 

África do Sul avança para o TIJ

A África do Sul denunciou oficialmente Israel junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) por actos de carácter genocida que comete hoje com a intenção específica de «destruir os palestinianos em Gaza».

Estas acções, informa um comunicado do TIJ, realizam-se, segundo a denúncia do governo sul-africano, contra a população da Faixa de Gaza que é parte «de um grupo nacional, racial e étnico palestiniano mais amplo».

O texto pormenoriza que o pedido de acção judicial apresentado por Pretória faz-se em relação a «alegadas violações» por parte de Israel das suas obrigações no quadro da Convenção para a Prevenção e a Sanção do Delito de Genocídio.

A denúncia sul-africana ressalta que a conduta de Israel, através dos seus órgãos e agentes do Estado, assim como de outras pessoas e entidades que actuam seguindo as suas instruções ou sob a sua direcção em relação aos palestinianos na Faixa de Gaza, viola as suas obrigações em virtude da Convenção sobre o Genocídio.

Israel, sublinha Pretória na sua reclamação, participou, participa e promete continuar a participar em «actos genocidas contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza».



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