Forças da ONU retiram-se do Mali

A de­no­mi­nada Missão Mul­ti­di­men­si­onal In­te­grada para Es­ta­bi­li­zação do Mali (MI­NUSMA), no âm­bito da ONU, chegou ao fim com 2023, após uma dé­cada de pre­sença na­quele país da África Oci­dental. O termo da missão foi so­li­ci­tado pelas au­to­ri­dades ma­li­anas.

A MI­NUSMA saiu do Mali a pe­dido das au­to­ri­dades deste país

A MI­NUSMA in­te­grou cerca de 15 mil mi­li­tares e po­lí­cias e quase dois mil fun­ci­o­ná­rios.

A missão foi ins­ta­lada no Mali em 2013 na sequência da acção de grupos ar­mados que ten­taram con­trolar o norte do país e de um pos­te­rior golpe de Es­tado li­de­rado pelos mi­li­tares ma­li­anos, em 2012.

Em 30 de Junho úl­timo, o Con­selho de Se­gu­rança da ONU aprovou por una­ni­mi­dade o fim do man­dato da MI­NUSMA e a sua re­ti­rada até ao final de 2023, na sequência de um pe­dido das au­to­ri­dades do Mali, que con­si­de­raram que após 10 anos a sua pre­sença não con­se­guira res­ponder ade­qua­da­mente à si­tu­ação de se­gu­rança no país, tendo, pelo con­trário, con­tri­buído para a es­ca­lada das ten­sões.

As au­to­ri­dades ma­li­anas acu­saram a missão de ser ine­ficaz no com­bate aos grupos ar­mados que ac­tuam no norte do país, al­guns dos quais oriundos da des­truída Líbia, após a agressão e in­vasão da NATO, em 2011.

A França, com ou­tros países oci­den­tais e afri­canos, in­ter­veio mi­li­tar­mente no Mali no início de 2013, sob o chapéu da ONU, com o ob­jec­tivo pro­cla­mado de com­bater os grupos ar­mados. Em 2014, as au­to­ri­dades ma­li­anas e vá­rios grupos ar­mados as­si­naram um acordo de cessar-fogo, se­guido de um tra­tado de paz em 2015. No en­tanto, a de­ses­ta­bi­li­zação con­ti­nuou, e acabou por se alas­trar a países vi­zi­nhos, in­cluindo o Bur­kina Faso e o Níger.

A forma como foi re­a­li­zada a re­ti­rada das forças MI­NUSMA causou in­sa­tis­fação entre os mi­li­tares do Mali, que que­riam as­sumir as po­si­ções destas forças. No en­tanto, nem sempre assim se ve­ri­ficou, como em Kidal, onde a base da MI­NUSMA foi to­mada pelos grupos ar­mados, em 31 de Ou­tubro. Após com­bates, o exér­cito ma­liano acabou por en­trar na ci­dade.

O fim da MI­NUSMA ocorre no mo­mento em que o Mali, o Níger e o Bur­kina Faso ces­saram a co­o­pe­ração mi­litar com a França, an­tiga po­tência co­lo­nial, e exi­giram a re­ti­rada das tropas fran­cesas dos res­pec­tivos países.



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