«Depois de 65 anos de lutas, sacrifícios e vitórias, vivemos num país livre, soberano e justo»

No acto comemorativo dos 65 anos do triunfo da Revolução cubana foi salientado que nem as agressões externas, nem os golpes da natureza ou os erros internos impediram de se chegar a este aniversário.

«Este país tem dignidade, talento e vontade suficientes para ultrapassar o cerco»

Em Santiago de Cuba, no dia 1 de Janeiro, o Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba e presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel, resumiu os êxitos da Revolução cubana, após 65 anos de luta, sacrifício e vitória, por um país livre, soberano e justo com benefícios para o seu povo e outras nações.

Entre muitos outros importantes aspectos, recordou que em Cuba ocorreu um processo de transformação genuíno e profundo. Mencionou a Reforma Agrária, a Reforma Urbana, a nacionalização de indústrias, bancos, comunicações, grandes obras e investimentos, transportes e o comércio interno e externo. Em seis décadas e meia, lembrou, Cuba eliminou o desemprego e garantiu o direito ao trabalho, construiu centenas de milhares de habitações para trabalhadores e camponeses até às mais recônditas zonas do país.

Mencionou o prestigioso sistema de saúde do país, que conta hoje com mais de meio milhão de trabalhadores, que garantem cobertura universal e assistência gratuita a todos os cubanos, assim como a nacionalização do ensino, que permitiu a liquidação do analfabetismo e o desenvolvimento de uma profunda revolução na educação, garantindo acesso universal e gratuito a todos os cidadãos.

O povo cubano, acrescentou, tem uma «elevada consciência política, sente profundamente a Revolução, compreende-a, bem como às suas dificuldades e erros, que luta para superar. Mantém, igualmente, o entusiasmo revolucionário e o internacionalismo.

Valeu a pena

Na mesma cerimónia, Raul Castro asseverou que, 65 anos após a vitória, «valeu a pena a obra da Revolução e as suas conquistas sociais, apesar das dificuldades».

Instou o povo a defender a unidade, que qualificou como a principal arma estratégica que permitiu ao país ultrapassar cada desafio. «Perante maiores perigos, mais exigência, mais disciplina e unidade, mas não a unidade a qualquer preço, antes baseada em princípios», defendeu o dirigente cubano.

Reconheceu a imensa capacidade criadora do processo revolucionário cubano e assinalou que a consolidação desse processo foi possível pela resistência do heróico povo, pela sábia condução de Fidel Castro, pela existência de um Partido Comunista de Cuba herdeiro da confiança do povo no seu líder e pela unidade da Revolução.

Noutro momento, convocou os compatriotas a juntar-se às tarefas da recuperação económica do país, no meio do recrudescido bloqueio económico imposto pelos EUA desde há mais de 60 anos.

Entre outros importantes aspectos, Raul Castro exortou os cubanos a defender e levar por diante «esta revolução dos humildes, com os humildes e para os humildes».

 

PCP saúda 65 anos da Revolução cubana

Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP, enviou uma mensagem a Miguel Díaz-Canel, Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC) e Presidente da República de Cuba, transmitindo «as calorosas e fraternas saudações dos comunistas portugueses por ocasião da comemoração dos 65 anos da Revolução cubana», considerando que esta «constitui uma exaltante e valiosa afirmação de soberania e independência nacional e de construção de uma sociedade nova, de seres humanos livres, liberta de injustiças e desigualdades, o socialismo.»

Paulo Raimundo sublinhou a importância do «exemplo dos heróicos revolucionários do Movimento 26 de Julho que persiste na acção e luta do povo cubano em defesa da Revolução» para «todos quantos em Portugal se batem pela liberdade e a democracia, pela justiça e o progresso social, pela soberania e independência nacional.»

E reafirmou o «compromisso de continuar a combater, com as armas da verdade e da justiça, as campanhas, as ameaças, a ingerência e a agressão do imperialismo norte-americano contra Cuba e a contribuir para o aprofundamento das relações de amizade, cooperação e solidariedade que unem os nossos dois povos.»

 

A constante solidariedade
dos comunistas portugueses

O Comité Central do PCP endereçou igualmente uma mensagem saudando «calorosa e fraternalmente o Partido Comunista de Cuba e, por seu intermédio, o povo cubano, pelo 65.º aniversário da Revolução cubana.»

O PCP sauda «os heróicos revolucionários do Movimento 26 de Julho que, sob a liderança de Fidel Castro, libertaram o povo cubano da brutal opressão da ditadura de Fulgêncio Batista e do domínio do imperialismo norte-americano, e se lançaram num processo revolucionário com uma ampla participação popular, cuja capacidade de resistência e transformação reside no carácter profundamente democrático do poder popular, nas suas realizações, no seu internacionalismo.»

Valoriza «o heroísmo e a determinação dos trabalhadores e do povo cubano que, desde o primeiro momento, defendem a sua Revolução socialista e as suas extraordinárias realizações face à criminosa e sistemática conspiração, ingerência e agressão dos EUA que nunca aceitaram o inestimável exemplo de sociedade de seres humanos livres, de soberania, de liberdade, de democracia, de desenvolvimento, de paz e de solidariedade para com todos os povos do mundo, de resistência e confiança que a Revolução cubana constitui e que é motivo da admiração e da solidariedade de toda a Humanidade progressista.»

No momento em que o imperialismo norte-americano intensifica a sua agressão contra Cuba, o PCP reafirma «a sua exigência do imediato fim do cruel, criminoso e ilegal bloqueio que os EUA impõem ao povo cubano, da imediata retirada de Cuba da hipócrita e ilegítima lista de “Estados patrocinadores do terrorismo” dos EUA, assim como do respeito do direito do povo cubano a decidir livre e soberanamente o seu caminho.»

Num tempo em que a luta pela liberdade, a soberania, a democracia, o progresso, a paz e o socialismo se afirma como decisiva para o futuro da Humanidade, o PCP considera que «a Revolução cubana e o seu exemplo de firmeza, dignidade e abnegação são um poderoso elemento de esperança e confiança no futuro, um estímulo para a luta libertadora dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo e para a afirmação do socialismo como a alternativa necessária e possível ao capitalismo em profunda crise.»

O PCP deseja ao PCC e ao povo cubano «os melhores sucessos no cumprimento das tarefas que visam garantir a resposta aos importantes desafios que se colocam a Cuba» e reafirma a sua profunda e constante solidariedade, assim como a sua vontade de prosseguir e reforçar as relações de amizade e cooperação.



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