CDU vai voltar a eleger no distrito de Santarém
Mais de 400 pessoas participaram, domingo, num almoço-comício em Alpiarça integrado na campanha «É hora de mudar de política. Soluções para as nossas vidas». Paulo Raimundo pediu «mais CDU, por um Portugal com futuro».
«O povo não tem a memória curta»
Um ano depois, o Secretário-Geral do PCP regressa ao Pavilhão de Espectáculos da Feira, em Alpiarça, para uma iniciativa marcada por uma grande participação e bom ambiente, onde várias gerações de comunistas e de amigos do Partido se juntaram e conviveram. Logo à entrada encontraram uma banca com o «Conjunto Avante! 2024», composto pela EP, um saco, uma caneca, um chapéu e um porta-chaves, uma prenda que todos querem receber. Outras sugestões passavam por livros, desde o «Rumo à Vitória», de Álvaro Cunhal, até «O Novembro que Abril não merecia», de António Avelãs Nunes.
Após o almoço – confeccionado e servido com empenho e muita dedicação – teve lugar um período de intervenções políticas, tendo sido chamados para o palco a Direcção da Organização Regional (DOR) de Santarém do PCP, Diogo D´Avila, do Comité Central, Rui Fernandes, da Comissão Política, e Paulo Raimundo. «Assim se vê a força do PCP», gritaram em uníssono as várias centenas de pessoas que ali estiveram e que ouviram, primeiro, a intervenção de João Osório, da DOR de Santarém, que alertou para os «problemas de todos os dias» que «se mantêm sem solução há largos anos».
«Assim estão os trabalhadores, que continuam a ser confrontados com salários de miséria, com contratos de trabalho a prazo para postos de trabalho permanentes, com direitos conquistados que passaram a ter prazo de validade, por via da caducidade da contratação colectiva, com horários desregulados e sempre com a ameaça de despedimento a pairar no ar», criticou o dirigente comunista, manifestando solidariedade com os trabalhadores da CMG em Torres Novas e da Marsipel em Alcanena, confrontados com despedimentos colectivos, mas também com os utentes dos serviços públicos, com os pais que «não encontram vagas em creches para os seus filhos», com os filhos que «não encontram vagas em lares para os seus pais» e com «filhos e pais que não encontram condições para fazer face aos custos com a habitação».
Durante esta iniciativa foram recolhidas assinaturas para dois abaixo-assinados, um do MURPI e da Inter-Reformados/CGTP-IN, que propõe a criação de uma rede pública de lares e o reforço de várias valências para os idosos que queiram permanecer nas suas casas, e outro que exige a conclusão do troço do IC3, com a construção de uma nova ponte sobre o Tejo no concelho da Chamusca, promovida pelos Utentes dos Serviços Públicos do Distrito de Santarém.
Reforçar o PCP e a CDU
Paulo Raimundo identificou vários outros problemas que «estão por resolver». «Aí estão os efeitos da política da maioria absoluta do PS e a sua constante recusa em dar resposta aos problemas concretos», apontou, dando exemplos de propostas apresentadas pelo PCP para o Orçamento do Estado para 2024 que «a todas e a cada uma o PS disse não». Referia-se à construção do troço do IC3, à melhoria dos transportes públicos ferroviários, à construção de residências estudantis e do centro interpretativo da resistência do Couço, à requalificação das instalações do comando distrital de Santarém, entre muitas outras.
As eleições legislativas de 10 de Março são, também por isso, «uma oportunidade para reforçar o PCP e a CDU» e, com isso, «responder aos problemas existentes». «Os trabalhadores e o povo do distrito de Santarém, com a sua luta e o seu voto, vão dar mais votos à CDU e eleger o seu deputado», frisouo Secretário-Geral do PCP, que assegurou: «vamos crescer» contra a «vontade daqueles que nos querem convencer que o que está em jogo é a eleição do primeiro-ministro, quando o que cada um vai decidir e votar no distrito é para a eleição dos deputados que os representam na Assembleia da República, e é daí que sairá uma nova correlação de forças», mas também contra a «vontade das sondagens» e «dos que não querem discutir o conteúdo, as propostas e as soluções».
Com mais «força» à CDU e ao PCP será possível aumentar salários e pensões; garantir o direito à habitação; travar e diminuir o valor das rendas; pôr os lucros da banca a suportar o agravamento das taxas de juro; concretizar os direitos de pais e crianças, desde logo com a rede pública de creches; avançar com uma verdadeira justiça fiscal; combater de forma efectiva a corrupção, as suas causas e responsáveis, travando desde logo um dos seus maiores focos, que são as privatizações, avançou Paulo Raimundo.