Greves dão força a justas exigẽncias
As três greves de 48 horas dos pilotos de barra e portos, iniciadas a 14, 22 e 29 de Novembro,registaram adesão praticamente total, provocando muitas perturbações na actividade portuária, como disse à agência Lusa, no dia 30, um dirigente do OFICIAISMAR. Paulo Cónego lembrou a reivindicação que motivou a luta: possibilidade de cessar o trabalho de pilotagem a partir dos 60 anos, sem penalização no valor da pensão.
Esta antecipação reflecte o que ficou inscrito, em Agosto de 2019, num projecto de diploma que teve o acordo deste sindicato da FECTRANS/CGTP-IN, das administrações portuárias (com o aval do Governo) e, mais tarde, dos governos regionais dos Açores e da Madeira. Ficou reconhecida a natureza de risco, especialmente penosa e desgastante, deste trabalho. Falta a decisão política do Governo, para começar a concretização do acordado, apesar de ter havido já um acordo do Ministério dasInfra-estruturas.
No Hotel Portobay Falésia, em Olhos d'Água, Albufeira, cumpriu-se no 1.º de Dezembro o terceiro dia de greve aos feriados. Organizados no Sindicato da Hotelaria do Algarve, os trabalhadores exigem: a reposição do pagamento do trabalho em dia feriado, com acréscimo de 200 por cento; um aumento salarial de 10 por cento, com um mínimo de 100 euros; a redução do horário de trabalho, para 35 horas semanais; e a passagem ao quadro de efectivos de todos os que, com vínculos precários, respondem a necessidades permanentes.
«Se a administração não se sentar à mesa com a comissão negociadora sindical, os trabalhadores irão voltar a fazer greve nos próximos dias 24, 25 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro», confirmou o sindicato da FESAHT/CGTP-IN, num comunicado que emitiu no dia da greve.
O SINTTAV/CGTP-IN e o SITIC voltaram a convocar, por mais uma semana, greve na Rádio e Televisão de Portugal, até 8 e 12 de Dezembro, para todos os trabalhadores. Mantém-se a greve ao trabalho suplementar, iniciada a 5 de Outubro, por tempo indeterminado.
Estão em causa reivindicações de reenquadramentos e reclassificações profissionais, uma actualização salarial extraordinária (como sucedeu na Administração Pública) e respostas a outros problemas. É reclamada igualmente a negociação do caderno reivindicativo para 2024, entregue a 15 de Novembro por dez estruturas sindicais.
Nas empresas do Grupo EDP, começou a 1 de Dezembro, uma greve ao trabalho extraordinário, até às 24 horas de 1 de Janeiro, convocada pela FIEQUIMETAL/CGTP-IN e por outras cinco organizações sindicais, em defesa de uma justa progressão nas carreiras, com valorização da experiência profissional.
Numa carta reivindicativa, entregue à administração a 18 de Outubro, exige-se a eliminação da injusta situação de muitos trabalhadores, que há anos não têm a devida progressão na carreira, salientando que esta injustiça foi agravada com admissões mais recentes, para bases remuneratórias superiores.
Os sindicatos contestaram o despacho ministerial que impôs serviços mínimos para além das necessidades impreteríveis, violando o direito à greve.