Os povos africanos apoiam a Palestina

Carlos Lopes Pereira

Como por todo o mundo, em África sucedem-se manifestações de solidariedade com o povo da Palestina, exigindo o fim da barbárie israelita contra a população da Faixa de Gaza.

Na Argélia, milhares de pessoas saíram à rua, em Argel e noutras cidades, garantindo o seu apoio aos palestinianos e denunciando os crimes de guerra de Telavive. Os presidentes argelino, Abdelmadjid Tebboune, e palestiniano, Mahmoud Abbas, mantiveram contactos e foi reiterada «a inteira solidariedade da Argélia, povo e governo, com o povo palestiniano irmão».

Mobilizações semelhantes tiveram lugar em diversas cidades de Marrocos, da Tunísia e do Egipto. Marrocos é um dos países africanos que mantêm relações oficiais com Telavive e, por isso, foi significativa a concentração popular em Rabat, que juntou centenas de milhares de pessoas protestando contra os «massacres em Gaza». Perante a pressão popular, o chefe da representação diplomática israelita na capital marroquina encerrou as instalações e, com todo o pessoal, regressou ao seu país.

Mas não são apenas os povos norte-africanos a mostrar-se solidários com a causa palestiniana.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, reiterou que a única maneira de se conseguir a paz e uma solução para o conflito palestiniano-israelita é a concretização das aspirações legítimas do povo palestiniano.

Intervindo na Cimeira pela Paz, na semana passada, no Cairo, o dirigente sul-africano disse que tais aspirações estão em consonância com as decisões aprovadas pelas Nações Unidas, que garantem a condição de Estado tanto a Israel como à Palestina, na base das fronteiras anteriores a 1967. Só mediante uma solução negociada pela comunidade internacional poderá o povo de Israel lograr a segurança que pretende e o povo da Palestina alcançar a liberdade que merece, destacou.

A África do Sul mantém a «firme opinião» de que o ataque contra civis em Israel, o actual cerco a Gaza e a decisão de deslocar à força a população desse território, além do uso indiscriminado da força com os bombardeamentos israelitas, são violações do direito internacional. Mais do que isso, tais actos são «uma afronta à nossa humanidade comum», disse o presidente sul-africano.

Ramaphosa propôs o cessar imediato das hostilidades, a libertação dos presos, o levantamento do cerco a Gaza, a abertura de corredores humanitários e a prestação urgente de ajuda humanitária, à escala necessária, ao povo palestiniano. E defendeu um processo de negociação liderado pelas Nações Unidas para resolver o conflito.

«Como comunidade internacional, devemos pedir um cessar-fogo, encontrar uma solução sustentável e estar do lado da paz, da justiça e dos direitos humanos para todos», declarou, apelando a todas as partes que actuem com moderação e aos actores externos que cessem de fornecer armas aos dois lados.

Do continente africano chega também a posição do Partido Comunista Sul-Africano, que expressou a sua solidariedade com o povo palestiniano «na sua justa luta pela liberdade da Palestina histórica e pela autodeterminação nacional».

Vozes, estas, inspiradas decerto em Nelson Mandela que, em 1977, insistindo no seu apoio à causa da Palestina, disse de modo lapidar: «Sabemos muito bem que a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinianos».




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