Aí está a Festa do Avante!, que é de Abril e dos seus valores

Alexandre Araújo (Membro do Secretariado)

Aí está a 47.ª edição da Festa do Avante!, re­no­vada e bela, como sempre, para que du­rante três dias se viva e con­viva, num am­bi­ente de tran­qui­li­dade, festa, ami­zade, ca­ma­ra­dagem e fra­ter­ni­dade que em mais ne­nhum outro lado en­con­tramos.

Uma festa er­guida a pulso pelo tra­balho mi­li­tante, de mi­lhares de mem­bros do Par­tido e da JCP e também de muitos amigos do Par­tido e da festa, que a sentem como sua. Cons­truída nas quintas da Ata­laia e do Cabo, em muitas jor­nadas de tra­balho, mas também em todo o País, afir­mando a sua re­a­li­zação e di­vul­gando o seu pro­grama, com a sua vasta e di­ver­si­fi­cada oferta no plano cul­tural.

Só assim se ex­plica que uma ini­ci­a­tiva que, sendo pro­mo­vida pelo PCP – a que o seu órgão cen­tral dá o nome –, e sendo alvo dos pre­con­ceitos e do si­len­ci­a­mento de que o PCP é ob­jecto todos os dias, e sem a pro­moção me­diá­tica que fes­ti­vais, es­pec­tá­culos e ou­tras ini­ci­a­tivas têm, no­me­a­da­mente nas te­le­vi­sões, a Festa do Avante! tenha um tão fundo en­rai­za­mento na ju­ven­tude, nos tra­ba­lha­dores e no povo por­tu­guês.

Re­co­nhe­cida como amplo es­paço de va­lo­ri­zação da arte e da cul­tura, da mú­sica, do te­atro, do ci­nema, do livro, do des­porto, da gas­tro­nomia, entre muitas ou­tras com­po­nentes que in­te­gram o seu pro­grama, a Festa conta, entre os seus vi­si­tantes, com muitos mi­lhares de ho­mens, mu­lheres e jo­vens sem par­tido ou até mesmo de ou­tros par­tidos.

A nin­guém deve causar es­panto. Assim é, pelas suas ca­rac­te­rís­ticas, desde a sua pri­meira edição, uma grande festa po­pular, que in­clui no seu pro­grama ex­pres­sões do que pode muitas vezes ser con­si­de­rado des­ti­nado apenas a certas elites, como a mú­sica clás­sica ou as ex­po­si­ções de artes plás­ticas. Ao mesmo tempo, uma grande festa na­ci­onal, onde marcam também pre­sença al­guns dos me­lhores ar­tistas na­ci­o­nais e es­tran­geiros e que tem uma marca in­de­lével de so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista.

Assim é não porque os co­mu­nistas se es­condam ou apa­guem na con­cepção, cons­trução e fun­ci­o­na­mento desta grande festa, mas antes porque trazem para ela, que é sua, tudo o que o tra­balho e a cri­ação hu­manos têm de mais avan­çado e que é in­dis­so­ciável da sua con­cepção do mundo e da vida.

 

Ale­gria, emoção e a luta
por um fu­turo me­lhor

Para quem co­nhece a Festa do Avante!, não é ne­ces­sário gastar pa­la­vras a des­crevê-la ou ca­rac­te­rizá-la. Para quem não a co­nhece e nela par­ti­cipa, nestes três dias, pela pri­meira vez, não che­garão as pa­la­vras para a des­crever: todas as ini­ci­a­tivas a que po­derão as­sistir, dos es­pec­tá­culos de mú­sica e de te­atro, com as im­pres­sões que per­du­rarão na me­mória, às ex­po­si­ções a vi­sitar, às artes plás­ticas, à ci­ência, ao Car­naval de Torres de Ve­dras, aos mo­mentos de con­vívio e sen­ti­mentos que se vi­verão.

A todos eles con­vi­damos a des­frutar destes três mag­ní­ficos dias, a per­correr as vastas ave­nidas e ca­mi­nhos da Festa, a co­nhe­cerem o que pensam, como tra­ba­lham, como fun­ci­onam e o que de­fendem os co­mu­nistas por­tu­gueses.

Se por acaso têm da Festa do Avante! um olhar mar­cado pelo pre­con­ceito, por no­tí­cias ten­den­ci­osas, pe­dimos que pro­curem olhar para ela pelo que ela sig­ni­fica e re­pre­senta, pelo que re­al­mente é, e que se li­bertem do pre­con­ceito, se for esse o caso, e formem a sua pró­pria ideia e opi­nião. E es­tamos con­ven­cidos que le­varão da Festa uma boa im­pressão e que­rerão voltar mais vezes, porque cons­ta­tarão que não há festa como esta!

A Festa do Avante é a festa do Por­tugal de Abril. Tor­nada pos­sível com a re­vo­lução de Abril, de que se co­me­mora o 50.º ani­ver­sário. Na Festa do Avante! vive-se e de­fende-se os va­lores de Abril. Uma Festa onde se pro­jecta e ganha força a luta por um fu­turo me­lhor, por me­lhores sa­lá­rios e di­reitos, pela de­fesa do SNS e da es­cola pú­blica, pelo di­reito à ha­bi­tação, a luta por um Por­tugal com fu­turo, por um mundo de pro­gresso so­cial e de paz, um mundo me­lhor!




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