Argentina repudia manobras do Reino Unido
O governo argentino rejeitou de forma categórica as manobras militares realizadas pelo Reino Unido nas ilhas Malvinas e reiterou os direitos soberanos da Argentina sobre esse território.
As referidas manobras foram uma reedição dos exercícios denominados Cape Bayonet, reunindo distintas forças que fazem parte do dispositivo militar de ocupação ilegal britânica nas ilhas, assinala um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros da Argentina, divulgado no dia 2 deste mês.
A nota do executivo do país sul-americano assegura que as manobras constituem uma injustificada demonstração de força e um deliberado alheamento das numerosas resoluções da Organização das Nações Unidas e de outras instâncias . Tais documentos instam a Argentina e o Reino Unido a retomar negociações para encontrar uma solução pacífica e definitiva sobre a disputa da soberania das ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos).
Aponta o comunicado que a persistência de Londres na realização de exercícios militares no Atlântico Sul contraria a resolução 31/49 da Assembleia Geral da ONU que convida as partes a abster-se de adoptar decisões unilaterais que impliquem a introdução de modificações na situação, enquanto as Malvinas se mantiverem no processo de negociações recomendado. Mais: a presença militar britânica contradiz também a resolução 41/11 que, entre outras disposições, exorta os Estados de todas as demais regiões a respeitar escrupulosamente a região do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação, em particular mediante a redução e eventual eliminação da sua presença militar na área.
Em múltiplas ocasiões, Buenos Aires assinalou que a manutenção de forças britânicas nas ilhas contrapõe-se à permanente vontade da Argentina de resolver a questão por meios pacíficos, em conformidade com o direito internacional e as disposições da ONU. Ademais, considera que a alegada condição «defensiva» da base militar britânica no Atlântico Sul é totalmente injustificada e representa uma ameaça para toda a região.
O governo argentino reafirma a sua soberania sobre as ilhas Malvinas e as ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes que fazem parte integrante do território nacional da Argentina. Recorda que tais ilhas e espaços estão ilegitimamente ocupados pelo Reino Unido e são objecto de uma disputa reconhecida pelas Nações mediante a resolução 2065 e posteriores resoluções da Assembleia Geral da ONU assim como de outras organizações e fóruns internacionais. E reitera que se trata de um conflito que deve ser resolvido entre ambos os países, assegurando a disposição da Argentina em retomar as negociações.