JCP apela à intensificação da luta juvenil

A Di­recção Na­ci­onal da Ju­ven­tude Co­mu­nista Por­tu­guesa (DN), que es­teve reu­nida a 8 de Julho, de­nuncia a «de­gra­dação das con­di­ções de vida da ju­ven­tude» em con­sequência das op­ções po­lí­ticas do Go­verno PS, com mai­oria ab­so­luta na As­sem­bleia da Re­pú­blica, em con­ver­gência – nas ques­tões es­sen­ciais – com PSD, CDS, Chega e IL. Os jo­vens co­mu­nistas re­alçam os baixos sa­lá­rios, a pre­ca­ri­e­dade, a de­gra­dação da Es­cola Pú­blica, o des­man­te­la­mento do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde e os pro­blemas de ha­bi­tação como as di­fi­cul­dades prin­ci­pais que hoje se co­locam à ju­ven­tude, que con­trastam com os «lu­cros ex­tra­or­di­ná­rios dos grandes grupos eco­nó­micos».

No final do ano lec­tivo, des­taca a JCP, agra­varam-se os pro­blemas da Es­cola Pú­blica: «faltam pro­fes­sores, fun­ci­o­ná­rios e psi­có­logos, as­siste-se a au­mentos es­can­da­losos dos preços nos bares e à de­te­ri­o­ração da qua­li­dade da oferta, as con­di­ções ma­te­riais são cada vez menos e os ata­ques à de­mo­cracia pre­va­lecem como regra.» E mais: em 2024, en­trará em vigor um novo mo­delo de acesso ao En­sino Su­pe­rior, que re­força o peso dos Exames Na­ci­o­nais na nota de can­di­da­tura e es­ti­pula o re­torno da sua obri­ga­to­ri­e­dade para a con­clusão do En­sino Se­cun­dário, de­nun­ciam os jo­vens co­mu­nistas. Os exames, acres­centam, «só servem para apro­fundar in­jus­tiças e de­si­gual­dades».

Também no En­sino Su­pe­rior, re­alça a JCP, se apro­fundam os pro­blemas e as in­su­fi­ci­ên­cias. Desde logo na Acção So­cial Es­colar, com casos graves de es­tu­dantes a quem a bolsa foi re­ti­rada ou que nunca a re­ce­beram. Con­firmou-se também, até pelo ele­vado valor não pago, que as pro­pinas «são, efec­ti­va­mente, uma bar­reira ao acesso aos mais ele­vados graus de En­sino, di­reito con­sa­grado na Cons­ti­tuição». Outra si­tu­ação grave prende-se com as re­si­dên­cias, de­nuncia a JCP: «inú­meros es­tu­dantes que ainda se en­con­tram em mo­mentos de ava­li­ação» foi-lhes so­li­ci­tada a «saída da re­si­dência ou o pa­ga­mento de taxas adi­ci­o­nais para ma­nu­tenção da es­tadia».

No En­sino Pro­fis­si­onal, são muitos os es­tu­dantes que vêem o seu di­reito ao tempo livre e às fé­rias rou­bado, acres­centam os jo­vens co­mu­nistas: o sis­tema de faltas in­justo, a so­bre­carga ho­rária e do mo­delo de apren­di­zagem por mó­dulos leva a que mi­lhares de es­tu­dantes con­ti­nuem a ter aulas, es­tágio e re­a­li­zação de Provas de Ap­tidão Pro­fis­si­onal du­rante o Verão.

Quanto à ju­ven­tude tra­ba­lha­dora, a JCP des­taca as cres­centes «di­fi­cul­dades e de­si­gual­dades», ga­ran­tindo que a pro­pa­ganda do cres­ci­mento eco­nó­mico «não apaga os baixos sa­lá­rios, os vín­culos pre­cá­rios, os ho­rá­rios des­re­gu­lados e a falta de pers­pec­tivas de fu­turo que marcam a vida dos jo­vens tra­ba­lha­dores».

A DN de­nuncia ainda os atrasos na apro­vação e trans­fe­rência dos apoios do Ins­ti­tuto Por­tu­guês do Des­porto e Ju­ven­tude, e a re­dução dos seus va­lores, as di­versas ex­pres­sões do mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo ju­venil e es­tu­dantil. Esta opção sig­ni­fica um «grave en­trave na re­a­li­zação das suas ac­ti­vi­dades».

Sau­dando as lutas tra­vadas por es­tu­dantes, jo­vens tra­ba­lha­dores e pelo mo­vi­mento ju­venil em geral – e va­lo­ri­zando a par­ti­ci­pação em­pe­nhada dos jo­vens co­mu­nistas –, a JCP re­a­firma que só o seu re­forço e o «de­sen­vol­vi­mento e alar­ga­mento da luta podem res­ponder aos pro­blemas e as­pi­ra­ções da ju­ven­tude, do povo e dos tra­ba­lha­dores».

 



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