A Venezuela não se submeterá ao imperialismo «nem hoje nem nunca»
O povo venezuelano festejou mais um aniversário da sua independência nacional reafirmando o seu amor à liberdade e soberania e garantindo que não aceitará submeter-se ao domínio imperialista, «nem hoje nem nunca».
Caracas acusa Washington de prosseguir a sua «política sustentada de agressão»
A Venezuela comemorou no dia 5 de Julho, com um grande desfile cívico-militar, na capital, o 212.º aniversário do Dia da Declaração da Independência e da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). No acto, celebrado no pátio da Academia Militar, o chefe de Estado, Nicolás Maduro, assegurou que a vontade absoluta da República Bolivariana «é e será sempre ser uma nação livre, soberana, independente, digna e rebelde».
Sobre os acontecimentos de 5 de Julho de 1811, Maduro assinalou que essa é uma «história viva que ainda palpita na consciência do ser nacional, no nosso tempo histórico, e toda essa força corre pelo sangue que enche o povo e a FANB da força espiritual para travar e ganhar as batalhas do século XXI».
O dirigente venezuelano afirmou que, na actualidade, o seu país está a forjar com esforço, trabalho, honra, patriotismo e muita unidade nacional aquilo a que apelidou de «independência perpétua».
«Estamos a defender e consolidar todos os dias a paz e o direito à tolerância, à consciência e à harmonia», realçou, indicando que Caracas mostrou isso mesmo perante o imperialismo norte-americano e os velhos colonialistas da Europa. Forjar a independência é um assunto de dignidade e na Venezuela não haverá submissões a nenhum império, «nem hoje nem nunca», ratificou.
No desfile cívico-militar no Passeio dos Próceres combinaram-se os diferentes corpos armados das FANB, juntamente com a Milícia Nacional Bolivariana e o povo armado, para mostrar ao mundo a vontade de uma nação decidida a defender, seja a que preço for, a sua independência e soberania.
As comemorações da independência da Venezuela tiveram expressão em Portugal, com um concerto na Embaixada do país sul-americano em Lisboa. O Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, esteve presente, acompanhado por Manuel Rodrigues, membro da Comissão Política e director do Avante!.
Declarações insolentes
de responsável dos EUA
A vice-presidente executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, qualificou de insolência as recentes declarações do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a quem acusou de imiscuir-se nos assuntos internos do país sul-americano.
A também ministra da Economia e Finanças respondeu, através de uma rede social, «aos que com insolência pretendem opinar sobre assuntos que só dizem respeito aos venezuelanos», e assegurou que «o nosso povo também quer eleições justas e livres de sanções, de ingerência e de agressões. Que viva a independência perpétua da Venezuela!»
Blinken tinha manifestado, em hipócritas declarações divulgadas pelas redes sociais, que Washington «continua a dar um apoio inquebrantável à realização de eleições livres e justas na Venezuela».
Anteriormente, o governo venezuelano denunciou publicamente «a política sustentada de agressão do governo dos Estados Unidos da América» através das suas medidas coercivas unilaterais e ilegais, decisões judiciais e outras acções restritivas e punitivas, destinadas a controlar e a apropriar-se dos bens da Venezuela no estrangeiro. Isto, com a intermediação da chamada «Plataforma Unitária», da oposição, que «numa conduta apátrida insiste em causar danos irreversíveis ao nosso povo, constituindo um saque dos recursos dos homens e mulheres venezuelanos».
Caracas acusou, em Maio, o governo norte-americano de, «agindo com má-fé, violando todos os princípios legais, incluindo os de natureza interna», estar em conluio com grupos de extrema-direita e pretender desapossar o povo venezuelano, através de uma expropriação ilegal e imoral, da empresa Citgo Petroleum Corporation – «uma acção voraz e criminosa com o único objectivo de causar o maior prejuízo possível aos cidadãos do nosso país».