Partido não baixa os braços em defesa do direito à Saúde
Com o encerramento de valências e serviços a comprometerem o acesso à Saúde por parte das populações em unidades hospitalares, as organizações do PCP denunciam, mobilizam para a luta e reivindicam soluções que defendam o SNS.
É o caso do que está a suceder no Hospital Distrital de Santarém, onde, por decisão da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), vai deixar de existir serviço de urgência pediátrica, alertou, dia 3, a Direcção da Organização Regional de Santarém do PCP.
Num comunicado em que denuncia igualmente as carências evidentes em valências como a Medicina Interna, dermatologia, neurologia ou Ortopedia naquela unidade hospitalar, a DORSA do PCP considera que «as verdadeiras intenções do Governo PS já não são disfarçáveis».
Para o Partido, «o Governo PS encontra-se alinhado com a política de direita de desmantelamento do SNS para favorecer os grandes grupos económicos». Tanto mais, prossegue, que «a escassez de profissionais» e outros problemas resultam do deliberado «desinvestimento nas carreiras, da não actualização de grelhas salariais, da inexistência de um regime de dedicação exclusiva ao SNS, opcional e majorada, da inexistência de incentivos eficazes para profissionais que trabalhem em zonas carenciadas ou que se queiram lá fixar, entre muitas outras».
Antes, a 29 de Maio, a DORSA do PCP tinha já emitido um comunicado em que exigia o reforço de profissionais no Hospital Distrital de Santarém.
A sul...
Já em Portimão, a anteceder a concentração de utentes que, no dia 7, protestou contra o encerramento do serviço de pediatria e maternidade (ver página 7), a Direcção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP reprovava fecho, divulgado paradoxalmente no Dia da Criança. E alertava que, há anos, se perspectiva «o encerramento de serviços e unidades do Hospital de Portimão no que respeita a cuidados de pediatria, assistência a grávidas, a partos, no acompanhamento de mães, bebés e crianças».
Em causa, sublinhou o Partido, está «um rumo de destruição e desmantelamento de serviços públicos de saúde no Algarve em geral e no Barlavento Algarvio em particular», sendo «intolerável que fique toda uma zona da região sem esses cuidados e serviços, restando a solução do Hospital de Faro, com distâncias que chegam a ser superiores a mais de 100 quilómetros e 2 horas de tempo de viagem».
Os comunistas algarvios lembraram, ainda, que «a falta de recursos humanos no Hospital de Portimão, particularmente nos serviços de urgência de pediatria, obstetrícia e ginecologia têm sido frequentemente denunciadas ao longo de anos e já podiam estar solucionados se assim houvesse vontade política para tal».
Nesse sentido, insistem «que se impõe é o reforço do SNS através de um investimento sério e efectivo nas suas valências», desde logo pela «contratação de mais profissionais, bem como pela valorização das suas carreiras».
E a norte...
Também na urgência básica de S. Pedro do Sul «a escassez de médicos» é uma ameaça, chamou a atenção a Comissão Inter-Concelhia de Lafões do PCP. Em texto enviado às redacções no dia 6, os encerramentos têm vindo a ser cada vez mais frequentes, sendo o último episódio o fecho da urgência básica também às terças de manhã, numa unidade que serve, além da população de S. Pedro do Sul, «os concelhos de Vouzela, Oliveira de Frades e parte de Castro Daire, ou seja, cerca de 48 mil residentes, dos quais 25% não tem médico de família».
Na Covilhã, por seu lado, a Comissão Concelhia do PCP expressou, no final de Maio, preocupação face à «proliferação de anúncios da construção de hospitais privados e considerou que, a concretizarem-se, a par das clínicas já existentes, estamos perante um ataque feroz ao SNS, resultante da falta de investimento do Governo na resolução dos seus problemas».