Governo recua na proibição de sacos ultraleves
O recuo do Governo relativamente à proibição de uso de sacos ultraleves nos supermercados e mercearias, previsto para 1 de Junho deste ano, é «vergonhoso e absolutamente inaceitável», considera o Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV).
Governo cedeu aos interesses das grandes distribuidoras
Lusa
Recorde-se que por iniciativa do PEV foi aprovado, na Assembleia da República (AR), o projecto que deu origem à Lei n.º 77/2019, de 2 de Setembro, a qual previa a disponibilização de alternativas à utilização de sacos de plástico ultraleves e de cuvetes em plástico nos pontos de venda de pão, frutas e legumes.
«Com a aproximação do prazo para a implementação destas alternativas, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) veio contestar a norma legal e pressionar o Governo a não permitir a sua entrada em vigor, com a clara intenção de que não fosse a 1 de Junho de 2023, nem em qualquer outra data. Inaceitavelmente, mas francamente sem surpresas, o Governo cedeu completamente aos interesses das grandes distribuidoras e menosprezou o benefício ambiental que a norma que deveria entrar em vigor teria capacidade de produzir», lamenta o PEV, em comunicado.
Os ecologistas acusam mesmo o Governo de não ser capaz de «descolar dos grandes interesses económicos» e concluem que a Lei 77/2019 «só foi aprovada porque, na altura, o PS não tinha maioria absoluta na AR» e «estava dependente de negociações com outros partidos».
Relativamente às questões ambientais, o PEV refere que o PS, «de resto tal como o PSD, só encontra uma solução: pôr os consumidores a pagar!», vendo aqui «uma oportunidade de sacar aos consumidores mais uns milhares de euros, optando por taxar os sacos plásticos ultraleves», tendo iniciado um processo legislativo nesse sentido.