China insta EUA a cessar todos os intercâmbios oficiais com Taiwan

Pequim instou uma vez mais os EUA a parar todos os contactos oficiais com Taiwan e a respeitar o princípio de «uma só China». O governo chinês rejeitou uma proposta dos EUA para um encontro em Singapura entre os ministros da Defesa dos dois países.

Pequim acusa EUA de pretender eludir e esvaziar princípio de «uma só China»

Lusa

A China instou os EUA a cessar os intercâmbios oficiais, sob qualquer forma, com a região chinesa de Taiwan e deixar de impulsionar e revogar de imediato a «Iniciativa sobre o comércio do século XXI» e um acordo assinado com Taiwan, declarou no dia 2, em Pequim, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning.

Estas declarações foram proferidas após os EUA e Taiwan terem assinado, na véspera, em Washington, um primeiro acordo no âmbito da referida «Iniciativa».

A China «opõe-se firmemente aos intercâmbios oficiais sob qualquer forma entre a região chinesa de Taiwan e os países que têm relações diplomáticas com a China», disse Mao Ning. Acrescentou que tais contactos incluem negociar ou assinar qualquer acordo que implique soberania e tenha uma natureza oficial.

Segundo a agência Xinhua, o governo dos EUA impulsionou deliberadamente negociações com os dirigentes do Partido Progressista Democrático (PPD) de Taiwan sobre a «Iniciativa» e assinou o acordo. Mas, destaca a porta-voz chinesa, esse convénio viola gravemente o princípio de «uma só China» e os três comunicados conjuntos China-EUA e contradiz o compromisso assumido pelos próprios EUA de manter unicamente relações não oficiais com Taiwan. E enfatizou que este é o mais recente exemplo de que os EUA tentam eludir e esvaziar o princípio de «uma só China».

China rejeita encontro de ministros da Defesa
A China rejeitou uma proposta dos EUA para uma reunião entre os ministros da Defesa dos dois países. A reunião entre o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa Nacional chinês, Li Shangfu, teria lugar em Singapura, à margem do fórum anual sobre questões de segurança na Ásia denominado Diálogo de Shangri-La, em que participaram tanto Li como Austin.

Recorde-se que o Financial Times deu a conhecer que Pequim fez saber a Washington, logo em Maio, que havia «poucas hipóteses» de um encontro entre Li e Austin, devido às sanções impostas pelos EUA ao ministro da Defesa chinês. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês pôs em causa a sinceridade da vontade de Washington dialogar com Pequim quando, simultaneamente, «procura reprimir a China através de todos os meios possíveis» e aplicar restrições a responsáveis e entidades chinesas.

Na recente cimeira em Hiroxima, o Grupo dos Sete (G7) emitiu um comunicado conjunto com uma série de acusações contra a China. Pequim ripostou acusando o G7, liderado pelos EUA, de tentar impor a sua vontade a outros países e de intrometer-se nos assuntos internos da China.




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