Governo deve explicações sobre fecho de blocos de parto
O director executivo do SNS vai ser ouvido no Parlamento sobre o anunciado encerramento de blocos de parto na Região de Lisboa e Vale do Tejo. A iniciativa partiu do PCP e obteve a aprovação unânime dos deputados na comissão de Saúde.
Governo continua a transferir recursos para os privados
Lusa
Já a presença do ministro da Saúde, que a bancada comunista pretendia ver também em comissão a prestar esclarecimentos sobre o mesmo assunto, foi travada pelo PS, que chumbou o requerimento nesse sentido.
Para responder às dificuldades nos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e nos blocos de parto, o Governo tornou pública a decisão de manter, durante o período de Verão, esquemas rotativos de encerramento dos blocos de parto em vários hospitais. Decidido foi igualmente o fecho do bloco de partos no Hospital Santa Maria, a partir de 1 de Agosto, durante nove a doze meses, e do serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Centro Hospitalar do Oeste. Como solução alternativa, o Governo aponta o encaminhamento dos utentes para o Hospital de São Francisco Xavier, de Leiria, prevendo, simultaneamente, o envio de grávidas em trabalho de parto, com mais de 36 semanas de gestação, directamente para os hospitais do sector privado da Região de Lisboa e Vale do Tejo.s
Decisões que são vistas com preocupação pelo PCP e que levaram o deputado João Dias a considerar que põem em evidência a opção do Governo de «continuar a transferir recursos públicos para o sector privado, não actuando onde é necessário, designadamente na captação e fixação dos profissionais de saúde no SNS».
No requerimento onde formalizou o pedido de audição daqueles responsáveis ao presidente da comissão de Saúde, o parlamentar comunista defende que é preciso adoptar «medidas estruturais que ponham fim à progressiva diminuição da assistência prestada no SNS», bem como medidas que «visem a valorização salarial dos profissionais de saúde, das suas carreiras e a melhoria das suas condições de trabalho».