PCP nos 50 anos da Frente Polisário
A Frente Polisário levou a cabo as comemorações dos seus 50 anos nos campos de refugiados em Tindouf, na Argélia, nos dias 20 e 21 de Maio. O PCP fez-se representar por André Marques, da Juventude Comunista Portuguesa.
PCP condena decisão do Governo português de apoiar «iniciativa marroquina de autonomia» do Sara Ocidental
As celebrações contaram com enorme participação do povo sarauí e também com a presença de dezenas de delegações estrangeiras, representando partidos e organizações progressistas e anti-imperialistas. Incluíram um desfile militar presenciado por mais de 100 mil pessoas, uma acção de solidariedade e uma conferência de imprensa com a participação das delegações convidadas, assim como uma grande manifestação popular.
Face às difíceis condições nos acampamentos sarauís, foram evidentes as demonstrações de solidariedade internacionalista, com muitos apoios a nível logístico e humano fornecidos por países como a Argélia, a África do Sul, Cuba ou Venezuela.
Como ali bem ficou expresso, não é o silêncio ou a cumplicidade activa da União Europeia e dos Estados Unidos da América com a ilegal ocupação marroquina dos territórios da Sara Ocidental, não são os ataques cada vez mais constantes das forças militares marroquinas ou o extenso muro que separa as áreas libertadas dos territórios ilegalmente ocupados por Marrocos que abalam o povo sarauí.
Perante a ocupação e a opressão marroquina, o povo sarauí resiste e luta pelo respeito e cumprimento do seu inalienável direito à auto-determinação, consagrado pela Carta da ONU e o direito internacional, numa Iuta que é de todo o povo e que tem na Frente Polisário a sua legitima representante e a força de vanguarda para a conquista da sua libertação.
O PCP, em mensagem enviada à Frente Polisário, reafirmou a sua solidariedade com a justa causa nacional do povo sarauí. Defendeu que, de acordo com a resolução 2654 do Conselho de Segurança, se avance rapidamente com a realização de um referendo no Sara Ocidental, sob os auspícios da ONU, de forma a que o povo sarauí possa exercer livremente o seu direito à autodeterminação e independência. E denunciou e condenou a recente decisão do Governo português de apoiar a «iniciativa marroquina de autonomia» do Sara Ocidental, ao arrepio dos direitos fundamentais do povo sarauí, da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.