Novos confrontos no Darfur agravam situação no Sudão

Os confrontos armados no Darfur Ocidental pioraram a situação no Sudão, já muito afectada pelas sucessivas violações das tréguas entre o exército e as denominadas Forças de Intervenção Rápida (RSF, na sigla em inglês).

Em Cartum, o Sindicato Médico anunciou na terça-feira, 2, o colapso do sistema sanitário no estado de Darfur Ocidental, devido ao recente reinício dos combates, que provocaram já dezenas de mortos e centenas de feridos.

O enfrentamento entre populações de diferentes etnias recomeçou no dia 24 de Abril na localidade de Geneina, capital do estado de Darfur Ocidental e próxima da fronteira com o Chade. Essa região sudanesa foi afectada entre 2003 e 2008 por um conflito que provocou 300 mil mortos e é, hoje, uma zona dominada pelas milícias da RSF.

Na capital sudanesa, entretanto, a situação humanitária e sanitária deteriora-se de forma acelerada, enquanto prosseguem os bombardeamentos, apesar das terceiras tréguas de 72 horas em vigor. As Nações Unidas alertaram que mais de 800 mil pessoas poderiam fugir do Sudão, refugiando-se nos países vizinhos por causa dos combates, da fome e da destruição.

Os confrontos no Sudão deflagraram no dia 15 de Abril, entre o exército, encabeçado por Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, chefiadas por Mohamed Hamdan Dagalo. Os dois generais desavindos eram o presidente e o vice-presidente do Conselho Soberano de Transição, a junta militar que domina o país desde o derrube, em 2019, do regime de Omar al-Bachir. Os generais opunham-se à formação de um governo civil democrático, fortemente apoiado nas ruas pela resistência popular.

Tentativas de mediação

O chefe da missão da ONU no Sudão, Volker Perthes, revelou em Cartum, no dia 1.º de Maio, que as duas partes em conflito concordaram em enviar representantes para entabular negociações, que poderiam ter lugar na Arábia Saudita. O diplomata disse que as negociações têm por objectivo, em primeiro lugar, estabelecer um cessar-fogo «estável e credível», supervisionado por «observadores locais e internacionais», mas que o processo ainda está em curso.

A União Africana e o IGAD, organização que reúne países da África Oriental, além de potências «ocidentais» e países árabes como a Arábia Saudita e os Emiratos Árabes Unidos, têm procurado também mediar o sangrento conflito entre os militares sudaneses.




Mais artigos de: Internacional

PCP na Bielorrússia pela paz e a cooperação, contra o fascismo

A convite do Partido Comunista da Bielorrússia e do Partido Comunista da Ucrânia, o PCP realizou uma visita à Bielorrússia entre os dias 19 e 24 de Abril. O Partido fez-se representar por Ângelo Alves, membro da Comissão Política e da Secção Internacional.

A roda deu a volta

Kirk São apresentadas como o pináculo da mais alta tecnologia as baby boxes que, do Kentucky ao Indiana, da Florida ao Ohio, da costa atlântica à do Pacífico se multiplicam pelos EUA. São já 142 as cidades que inauguraram as...